sexta-feira, 8 de abril de 2011

Piscinão da Vila Madalena deve ser liberado

O polêmico projeto de um piscinão na Vila Madalena, que está paralisado na Justiça desde fevereiro do ano passado, poderá ser retomado em breve. A informação é da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), que afirma estar em fase final as providências necessárias para obtenção do licenciamento ambiental, item pendente para o início das obras, a serem realizadas pela Construtora Cappellano. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente confirmou à Gazeta de Pinheiros - Grupo 1 de Jornais que já recebeu da Siurb a documentação complementar para construção do piscinão. O material encaminhado passará por análise técnica e, se aprovado, a obra será liberada.
Com custo estimado em R$ 25 milhões, o reservatório começou a ser desenvolvido em 2003, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, e faz parte do projeto Bacia do Córrego Verde, idealizado para reduzir as enchentes na região. Ruas como Girassol, Fidalga, Fradique Coutinho, Mateus Grou, Artur de Azevedo, Joaquim Antunes e Cristiano Viana estão entre os locais mais afetados pelas chuvas. “Toda vez que o céu fica cinza é uma correria para tirar os carros das garagens dos prédios, que são inundadas com frequência. Estamos cansados dessa situação”, desabafa a presidente da Associação de Moradores da Rua Mateus Grou, Claire Perosa.
No entanto, a obra é contestada pela Associação Amigos do Jardim das Bandeiras, que solicitou a paralisação à Justiça. “O piscinão, na maioria dos casos, trata-se de uma solução simplista para eliminar os alagamentos, pois há alternativas para o problema”, afirma o presidente da entidade, o arquiteto e urbanista Caio Machado. Segundo ele, o projeto não inclui estudos suficientes que demonstrem os impactos ambientais que pode provocar na região, como, por exemplo, a remoção de árvores raras das praças Gal. Oliveira Álvares e Jaques Bellange, onde deve ser implantado o reservatório.
Para Caio Machado, a reforma de antigas galerias que hoje estão desativadas e abertura de novas bocas de lobo já evitariam as enchentes. “Solicitamos um estudo técnico para convencer à Siurb que existem opções para se resolver a situação, menos dispendiosas e mais viáveis”.
 A ideia dos moradores do Jardim das Bandeiras não tem resistência da associação da Mateus Grou. “Não somos contra o piscinão, mas se existe uma proposta mais barata e que solucione o problema, vamos apoiá-la”, afirma Claire. Ainda segundo ela, a intervenção mais aguardada na rua é a da reestruturação e aprofundamento das galerias locais, ainda sem orçamento definido.
 O piscinão da Vila Madalena faz parte do projeto Bacia do Córrego Verde, que também envolve uma nova galeria ao longo das ruas Joaquim Antunes e Artur Azevedo, conectada ao trecho do Córrego Verde situado sob a Rua Mateus Grou. A iniciativa engloba também um piscinão a ser implantado numa área vizinha ao sacolão do Viaduto Sumaré, na Rua João Moura, que deverá minimizar os efeitos dos alagamentos no cruzamento da Rua Fradique Coutinho.
Pompéia trocou piscinão por galerias
Assim como Pinheiros e Vila Madalena, o bairro da Vila Pompéia também é cortado por córregos, característica que, aliada a impermeabilização do solo devido ao grande número de empreendimentos, faz com que as ruas sejam inundadas durante as chuvas. Para amenizar os efeitos dos temporais, a Prefeitura de São Paulo sempre contou com recursos da Operação Urbana Água Branca, atualmente com R$ 87 milhões disponíveis para obras, como piscinões. Porém, o alto custo das desapropriações exigiu uma mudança nos planos. Hoje um novo estudo de macrodrenagem para o bairro está em desenvolvimento, tendo como foco principal a instalação de novas galerias e a reforma das antigas, que correm sob as Avenidas Pompéia e Sumaré. O estudo técnico deve ser concluído até o final deste mês.

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