Em compasso de espera

Silvia Vinhas
BandSports

O impasse da NBA, o famoso basquete norte-americano continua. Mais duas semanas de jogos foram canceladas. Não haverá partidas até 15 de dezembro, pelo menos. O conflito trabalhista já  é responsável pelo cancelamento de 324 partidas, o que significa 26% da temporada regular. A última proposta elaborada pelas franquias, que foi rejeitada pelos atletas, previa a divisão de partes iguais dos ingressos de dinheiro entre proprietários de equipes e jogadores. No acordo anterior, os jogadores recebiam 57%. A NBA alega que perdeu US$ 300 milhões na temporada passada, e que 22 das 30 equipes fecharam seus balanços no vermelho.

Pra vocês entenderem a gravidade deste conflito, seria como se não tivéssemos o Campeonato Brasileiro por falta de negociação entre dirigentes e atletas. Imagine seus finais de semana sem curtir a performance de seu time do coração? O brasileiro respira futebol assim como o americano respira o basquete. Durante alguns anos fiz a cobertura do basquete americano, participando intensamente da história dessa paixão. Os times da moda eram Los Angeles Lakers e Chicago Bulls, e os astros… Magic Johnson e Michael Jordan. Tive o privilégio de entrevistar os dois. E a convivência, quase que semanal com esse esporte, mostrou a fidelidade e a alegria contagiante dos americanos pela modalidade. O Brasil aprendeu a admirar esses ídolos e hoje temos grandes nomes nacionais jogando lá fora como Nenê Hilário, Leandrinho e Tiago Splitter, que acaba de fechar com o Valência, da Espanha, por falta de opção na terra do Tio Sam.

Até que ponto o esporte ficará refém de decisões extra-campo? No “quem dá mais”, ou melhor, “quem ganha mais”, a temporada do maior basquete do mundo corre o risco de não acontecer.

Já faz tempo que o “amor à camisa” perdeu o significado…

Silvia Vinhas é apresentadora dos programas Magazine e Opinião Livre, dos canais Bandsports e TV Unip, respectivamente. Fale com ela: faça o comentario abaixo.