Esportes | Pelé

Sílvia Vinhas
BandSports

Pelé como o mais
simples dos mortais

Meu primeiro contato com o Rei foi resultado da paixão de meu pai pelo Santos  que me levava pra assistir aos clássicos na Vila Belmiro na década de 90. Vibrei muito com a conquista do titulo paulista em 1973. Mais tarde, até por morar em Santos, acompanhei de perto o romance dele com a Xuxa, na época uma aspirante ao estrelato.

O próximo encontro foi no México, Copa de 86, quando o desafio era na voz, no conhecimento e não nos pés. Pelé estreava como comentarista pela Rede Bandeirantes ao lado de Luciano do Valle e Juarez Soares. O relacionamento com Xuxa tinha terminado e por conta da “dor de cotovelo” do Rei, os Mariachis de plantão, num restaurante da moda na Cidade do México, acompanhavam a interpretação de Pelé em “Aquellos ojos verdes” sem esconder as emoções. E olha que foram várias vezes na mesma noite e outras tantas enquanto durou o Brasil no Mundial.

Depois veio a Copa Pelé, um mundialito de futebol de masters disputado entre o final da década de 80 e metade de 90. Os masters eram jogadores geralmente de idade acima de 35 anos e que já não jogavam mais futebol profissionalmente. A primeira edição, em 1991, foi organizada pela TV Bandeirantes e teve como convidado o próprio Pelé, que jogou alguns minutos pela Seleção Brasileira. O trabalho com a cobertura do evento estreitou ainda mais minha relação com o Rei, reverenciado em todos os lugares.

Observei e constatei, andando pelas ruas com ele, em Miami, a simplicidade e humildade, o espírito de grupo, a parceria e a vontade de aprender, o modo dócil no tratar com as pessoas e a elegância inerente. Características de um verdadeiro líder. Que me perdoem os grandes astros que surgem, a cada ano, atleta do Século é um só. E sempre será. Ninguém conseguiu até hoje o feito de ser conhecido em todas as partes do planeta. E ele fez 70 anos com a vitalidade de um menino, provando que o esporte é mestre na vida de quem o reverencia e o respeita. Parabéns Rei.