sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Política | Monotrilho

Aurélio Miguel
Vereador
Monotrilho não é a melhor solução

A cidade de São Paulo precisa de soluções de transporte que levem em consideração não apenas o presente, mas o futuro. Nesse sentido, defendo que se descarte imediatamente a idéia da implantação de monotrilho como proposta de transporte público de massa, principalmente na região do Morumbi. Há outros caminhos, mais viáveis (metrô) e muito mais econômicos (corredor de ônibus). Já temos exemplos sobre o prejuízo causado à cidade pelas cicatrizes provocadas com esse tipo de intervenção aérea no cenário da cidade. O elevado Costa e Silva, o Minhocão, está ai para que todos vejam o desastre que é. Resolveu uma questão viária, mas devastou uma enorme área de São Paulo. Na ocasião, outras soluções foram descartadas. Agora pode ser tarde para reverter a verdadeira hecatombe urbana provocada em diversas vias das mais bonitas e significativas da cidade (av. São João, General Olímpio da Silveira, praça Marechal Deodoro, Amaral Gurgel, etc.).
Ao planejar um monotrilho para a região do Morumbi, os responsáveis pelo projeto não estão levando em conta muitas características da região. O tipo de ocupação, a necessidade da população, as características dos bairros atingidos, o valor dos imóveis a serem desapropriados, os prejuízos ao meio ambiente, a degradação visual e habitacional, além de outros prejuízos previstos para a implantação do sistema de monotrilho. Sistema, aliás, que já nasceria com data marcada para ficar ultrapassado, dada a sua conhecida limitação e a demanda crescente. Além disso, modelo criticado nos diversos locais onde foi instalado como Las Vegas, Seatlle (Estados Unidos), Kuala Lampur (Malásia) e Dubai (Emirados Árabes Unidos).
Recente pesquisa do IBOPE mostra que metade da população de São Paulo possui automóvel em casa. Desse total, 26% usam o carro para se locomover ao trabalho. O paulistano demora em média 2h47 por dia para ir e voltar ao serviço. Falta uma melhor condição de mobilidade ao morador da capital paulista. Se essas condições fosses melhores, 76% dos que usam o carro dariam preferência ao transporte coletivo. E essa situação tende a se agravar, pois cresce a cada dia o número de carros nas ruas do município. O sistema de monotrilho não garante essa melhoria para o futuro. O prejuízo que causaria é maior que os benefícios que geraria em curto prazo. Ainda é tempo de se promover uma obra definitiva para solucionar um problema crônico para o paulistano. Vou usar toda minha capacidade de luta para que isso seja alcançado com a melhor aplicação possível do dinheiro público, o menor prejuízo para os moradores das áreas atingidas pela intervenção necessária e a maior longevidade dos benefícios produzidos pelo sistema a ser escolhido. O cidadão de São Paulo exige um transporte coletivo, seguro, confortável, confiável e de qualidade.  

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