sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Cratera do Metrô faz 5 anos, mas caso continua em aberto

Parentes de vítimas protestaram na inauguração da Estação Pinheiros em setembro do ano passado
Após cinco anos desde o desmoronamento do canteiro de obras da Estação Pinheiros do Metrô, completados ontem (12), a Justiça de São Paulo ainda não decidiu se irá julgar os 14 réus do caso, engenheiros e outros técnicos que estavam envolvidos no projeto. Eles são acusados de não terem tomado as precauções de segurança necessárias para evitar o acidente que resultaria na morte de sete pessoas, respondendo em liberdade por homicídio culposo (sem intenção).
Em setembro do ano passado, a juíza Aparecida Angélica Correia ouviu cinco testemunhas de acusação no Fórum Regional de Pinheiros. No entanto, como a defesa ainda não se pronunciou, a indecisão de se levar o caso para julgamento deve continuar.
A promotora do Ministério Público Estadual (MPE), Eliane Passarelli, afirma que houve imprudência e imperícia no canteiro de obras da estação, além do uso de materiais de baixa qualidade. “Em um dos túneis que desmoronou seria preciso que 300 peças de sustentação estivessem instaladas, porém, foram colocadas somente 30”.
O Consórcio Via Amarela, responsável pela execução das obras da Linha 4 - Amarela do Metrô, alega que estudo realizado por técnicos do Brasil e do exterior indicou como motivo do acidente a ocorrência de fatores geológicos imprevisíveis. Quanto à segurança na obra, o consórcio afirma que todos os procedimentos preventivos foram realizados com a utilização de modernas técnicas de engenharia.
No que se refere às indenizações dos parentes das vítimas fatais e de proprietários de imóveis danificados pelo acidente, o Consórcio Via Amarela informa que foram quitadas com recursos provenientes do contrato de construção da Linha 4.
Em maio do ano passado, a Estação Pinheiros foi inaugurada sob protesto de familiares de vítimas. Eles exigiam do governador Geraldo Alckmin a instalação de uma placa em memória dos parentes perdidos no desmoronamento, em 2007. Na época, José Serra estava no comando do Palácio dos Bandeirantes. No entanto, a homenagem até hoje não existe no local, e alguns dos proprietários de imóveis afetados pelo desmoronamento ainda brigam na Justiça pela revisão dos valores das indenizações.

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