sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Novas regras contra arrastões em condomínios de SP

Medidas estão sendo adotadas em bairros como Jardins, Perdizes, Moema e Morumbi para evitar a entrada de assaltantes. Seguranças observam ocupantes de carros e abrem porta-malas antes de liberar a entrada nos condomínios.  Todas as vezes que os moradores chegam ao portão da garagem de seu edifício no Morumbi, zona Oeste de São Paulo, um segurança se aproxima. Ele pede para que os vidros sejam abertos e, à noite, que a luz interna seja acesa.
Em seguida, o funcionário vistoria o carro, em busca de algum estranho. A rotina foi implementada há um mês, depois que um prédio vizinho sofreu arrastão. Por medo das invasões, moradores de bairros nobres, como Moema, Perdizes e Jardins, têm se submetido a revistas antes de entrar em suas residências. Elas acontecem ainda na calçada ou numa espécie de “clausura” (espaço entre dois portões). Esse tipo de procedimento não é novidade. Era mais comum em edifícios de altíssimo padrão, com poucos apartamentos e moradores.
O condomínio onde a nutricionista Carmem Barbieri mora tem duas torres e 108 unidades, e o procedimento é rápido. Na hora do “rush”, no entanto, provoca filas na entrada da garagem.
Em um condomínio de 392 apartamentos próximo à Cidade Universitária (zona Oeste), a segurança vai além: abre o porta-malas do carro e, quando há um visitante no veículo, pede para que ele saia e entre pelo portão social. A empresa responsável pela segurança do edifício, a Haganá, explica que a medida visa separar o morador de um potencial criminoso.
“A única forma de “limpar” o carro é separar o desconhecido para que o morador possa dizer se está em risco”, diz o diretor comercial da empresa, José Antonio Caetano.
Reclamações
Mas nem todos os moradores ficam contentes com as medidas rígidas. Há quem se recuse a abrir as janelas do carro. Tem até morador que só abre depois que o segurança bate no vidro e pede.
Os condôminos ainda não aprovaram, por exemplo, que os porta-malas sejam revistados, porque a maioria considera invasão de privacidade. Há moradores que dizem que a medida causa constrangimento com as visitas. O gerente predial de um edifício nos Jardins conta que até um ex-presidente, ao entrar de carro no edifício com autorização de um morador, foi barrado para que o carro fosse revistado. “Quem quer entrar no prédio tem que se submeter às novas regras”. Segundo o Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), houve no primeiro trimestre de 2011 ano nove casos de arrastões em condomínios em toda a cidade. No mesmo período de 2010, foram 18.
Apesar de garantirem que o segurança que vistoria os carros, geralmente desarmado, está preparado pra agir caso encontre um criminoso escondido, empresa dizem que o objetivo não e surpreender um possível ladrão.
“Se o ladrão sabe que há segurança, ele não entra. Quero mostrar que o morador não é alvo interessante”, diz Niv Yossef, gernte de segurança do Grupo GR.

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