sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Encontros especiais

Silvia Vinhas
BandSports
Rainha que nunca perde a majestade. Os traços da jovem cheia de sonhos que conheci em Singapura, no Mundial de Basquete em 1989, dão lugar à personalidade marcante e forte, presentes da maturidade. Entre risos de alegria e comemoração, brindamos seu aniversário e a conquista da vaga para os Jogos Olímpicos de 2012. Hortência é diretora da Seleção Brasileira de Basquete Feminino desde 2009 e colhe já os frutos do que plantou. Com planejamento e uma nova gestão de trabalho, conseguiu reunir um grupo de atletas que pode reeditar os tempos de ouro em que ela reinava soberana, ao lado de Magic Paula. Fala com entusiasmo de sua intensa e total participação nessa vitória. Confessa que só não entra em quadra. Será que não?
Na final contra  a Argentina, na Colômbia, disse que só pelo aquecimento das Hermanas já sentiu que o Brasil venceria. Coisa de gente que sabe, né?  Ela faz o meio de campo, analisa, observa, trabalha o psicológico, separa o destempero de algumas para não contaminar o grupo. Afinal, muitas mulheres juntas sempre exigem atenção, certo?  Enio Vechio cuida da técnica, da estratégia de jogo, ela dá a liga do bolo... consistente. A ex-jogadora reverenciada no mundo inteiro, confessa encantada que descobre a cada dia o prazer e o desafio da gestão esportiva. Estuda muito. Anos atrás, jamais pensaria em ocupar um cargo de direção. Hoje, está à vontade, resultado de muita pesquisa e trabalho. Hortência se reinventa e diz estar só no começo: “Meu sonho é fazer  um trabalho de seleção, de garimpo mesmo!”.  Cada federação no Brasil escolhe duas ou três meninas para serem testadas e analisadas por uma equipe multidisciplinar, que iria até elas  para treiná-las. Tem muita gente boa no Brasil que nem sonha em jogar porque nunca teve uma chance. Quero criar essa chance”.
Perguntei qual era a emoção maior na carreira, estar dentro ou fora das quadras... “Respondeu sem hesitar: a emoção é a mesma. O prazer de ver as meninas jogarem bem e terem a chance real de conquistar voos mais altos é muito gratificante”
Numa semana em que perdemos o gênio do mundo digital, Steve Jobs, a reflexão é ter o privilégio de conviver com pessoas especiais. E é ele que ensina: “Para se ter sucesso, é necessário amar de verdade o que se faz. Caso contrário, levando em conta apenas o lado racional, você simplesmente desiste. É o que acontece com a maioria das pessoas”.
Não com Hortência.
Silvia Vinhas é apresentadora dos programas Magazine e Opinião Livre, dos canais Bandsports e TV Unip, respectivamente. Fale com ela: leitor@grupo1.com.br

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