Aurelio Miguel Vereador SP |
O paulistano padeceu um bocado com o inverno e outono seco que enfrentamos. E já estamos nos preparando para a temporada dos dilúvios. Se vier a chuva esperada, vamos testemunhar nova safra de enchentes. Vamos colher dissabores e sofrimentos. A cidade vai transbordar, mas os responsáveis de plantão já têm a desculpa pronta: choveu demais, acima do que era possível imaginar. Dirão isso com os pés secos e a consciência leve. Nada dirão sobre o fato de não terem investido a dinheirama separada no orçamento da cidade para obras contra enchente. Dos 1,5 bi previstos, apenas metade foi investido em três anos. A metade que resta será gasta em 2012, por coincidência um ano eleitoral. Santa coincidência.
Ao guardar esse dinheiro, Kassab deixou de limpar bueiros, bocas de lobo e galerias. Uma enorme contribuição para as enchentes paulistanas. Mas a culpa será sempre da chuva. Sem falar nas muitas obras que não saíram do papel e outras que estão pela metade. Um exemplo disso podemos ver na rua Ulysses Cruz. Alguém duvida de que teremos problemas¿ Pois é, culpa da chuva.
O senhor prefeito e seus amigos preferiram guardar o dinheiro do orçamento para usa-lo em 2012 e nesse tempo colecionaram assinaturas para seu novo partido. O PSD sim será o grande culpado pelas enchentes que virão. Roubou tempo do prefeito que cuidou dele ao invés de cuidar da cidade. E o cidadão comum vai sonhar em ter um bote na garagem. Sonho de consumo dos que residem em áreas sujeitas a enchentes.
Quando criança, na Vila Sônia, vivi o drama das enchentes. Testemunhei famílias perdendo tudo. Diante da tragédia provocada pela natureza e a insensatez dos homens públicos, resta o sentimento de impotência. Se o senhor Kassab pudesse ter a noção do que esse fato provoca na saúde, nas finanças e no moral das famílias, certamente não teria jogado para baixo de seu tapete eleitoral esses mais de R$ 700 milhões.
Aurélio Miguel – Vereador de São Paulo
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