sexta-feira, 20 de abril de 2012

Pela liberdade de competir

Silvia Vinhas
BandSports
O Comitê Olímpico Internacional (COI) está trabalhando para convencer países que nunca tiveram atletas mulheres em suas delegações olímpicas a incluí-las nos Jogos de Londres 2012. A questão é sensível para três países que nunca tiveram mulheres competindo em Olimpíada: Arábia Saudita, Brunei e Catar.
A situação mais crítica está na Arábia Saudita. O comitê olímpico do país diz que não enviará oficialmente, mas ressaltou que não impedirá que atletas possam competir de maneira independente, o que seria uma violação a sharia (lei islâmica). Segundo informações da ONG Human Rights Watch, as mulheres sauditas são proibidas de estudar, trabalhar ou ter acesso a serviços de saúde. Apenas homens entram em clubes desportivos ou trabalham com treinadores profissionais.
A prática do esporte é um direito humano. Negar às mulheres a chance de competir contrasta com os princípios olímpicos. Infelizmente, a luta da mulher na conquista de liberdade e igualdade ainda bate de frente com realidades políticas e religiosas, num padrão muitas vezes camuflado pelo comodismo da sociedade. E do preconceito também. Até hoje pleiteamos salários iguais e denunciamos a violência doméstica. O grito na maioria das vezes é silencioso.
Sem estrutura e liberdade, o esporte feminino não tem como florescer. A liberdade está na oportunidade que se é dada. Isso vale também para o Brasil. O aumento da participação feminina nos Jogos Olímpicos a cada ano nos enche de orgulho e esperança de medalhas.
Mas nossa conquista tem que romper fronteiras...
Quantas Hortências, Paulas e Daianes existem escondidas, cerceadas da liberdade do bloqueio, do saque, da cesta, do ace, do chute a gol, à espera simplesmente de uma chance?

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