sexta-feira, 1 de julho de 2011

Liberdade com responsabilidade

Silvia Vinhas
BandSports
Ganso, Neymar, Pato, Robinho & Cia comandam a nova geração de jogadores escolhida por Mano Menezes. Finalmente conseguiremos ver a alegria irreverente de algumas estrelas, que fizeram muita falta no último mundial. Fazendo uma análise geral em relação ao custo benefício do que se é oferecido a eles, e o que eles devolvem a nós, a conta está defasada desde 2006. Mordomia classe A. Não falta nada a esses jogadores. Hotéis cinematográficos, tecnologia de ponta, e comida da melhor qualidade. Os resultados deixam a desejar, e frustram a maior massa de torcedores do planeta. Dizem que Parreira “soltou” demais. Em 2006, Ronaldo e Roberto Carlos deitaram e rolaram. Tudo aberto, tudo permitido, baladas noturnas e uma equipe acima do bem e do mal. Em 2010, Dunga foi radical, fechou o cerco e blindou os jogadores de uma tal forma, que a cobrança foi maior do que o resultado.
Na África do Sul, pude acompanhar de perto todo o rigor envolvendo a seleção. A disciplina de aguardarmos pacientemente os jogadores escolhidos do dia para a coletiva de imprensa veio pra ficar e organizar a imprensa mundial, mas dá uma saudade danada da lei do mais forte. Conseguir uma exclusiva há algum tempo atrás, era na base da cotovelada mesmo. E quer competição mais saudável?
Bom, entramos na era Mano Menezes na difícil missão de comandar um grupo da geração Y, jovens que tem como característica principal, o individualismo. Uma nova geração com muito a agregar, mas problemática com o compromisso. Os valores são diferentes. A liberdade, a informação sendo bombardeada por todos os lados, e muitas vezes a falta de limites. Mano é articulado, simpático, educado, calmo e bem-humorado. O sucessor de Dunga contraria uma longa tradição de arrogância, teimosia e português ruim no exercício do cargo que ocupa há quase um ano. Ele não xinga, não foge às perguntas, não isola o grupo, não sobe o tom de voz, não fica de tromba, não se veste de maneira esquisita, enfim, não faz tipo. É o que é.  A seleção que está aí tem um equilíbrio na medida certa.
Resta saber se o futebol apresentado por essa meninada que tem muito a ensinar em tecnologia, demonstre com a bola a mesma habilidade que o técnico tem com as palavras.
Silvia Vinhas é apresentadora dos programas Magazine e Opinião Livre, dos canais Bandsports e TV Unip, respectivamente. Fale com ela: leitor@grupo1.com.br

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