sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Barulho. Como conviver com ele?

O trânsito pesado da cidade, uma obra na vizinhança, som alto no bar da esquina... barulho, só barulho. É difícil achar, entretanto, que uma metrópole como São Paulo possa estar longe da poluição sonora do dia a dia.
Os sons mais altos identificados nas pesquisas estão relacionados ao trânsito. Lideram o ranking do barulho caminhões subindo ladeiras, ambulâncias e suas sirenes estridentes e motoqueiros que buzinam.
A buzina de uma moto, medida dentro do túnel Fernando Vieira de Melo, por exemplo, pode emitir até 115 decibeis. Mais barulhenta do que uma britadeira, que chega a 108 decibeis em uma medição feita a 5 metros da máquina.
“Os resultados são assustadores porque estão muito acima dos níveis de conforto estabelecidos”, afirma a doutora em saúde ambiental Ana Claudia Fiorini, professora da PUC-SP e da Unifesp.
Muitas vezes até mesmo em lugares considerados tranquilos há mais barulho do que o recomendado. É o caso da Praça Pôr do Sol, em Pinheiros, onde foi captado quase o mesmo nível de ruído de uma rua onde um prédio está sendo erguido (cerca de 70 decibeis).
Osmar Clayton Person , professor de otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina do ABC, ressalta que todo barulho acima de 80 decibeis é “extremo” e pode causar surdez a longo prazo. O ouvido tem 30 mil células especializadas em converter o som em informações elétricas para o cérebro. Barulhos extremos danificam essas células. E elas não são repostas.
“Mesmo que não danifiquem essas células, o barulho acelera o envelhecimento delas. Um indivíduo de 30 anos fica com um ouvido de alguém de 60”, diz.
Recorde de barulho
Em bairros com a Vila Leopoldina, na zona Oeste, que passa por forte processo de verticalização, os moradores reclamam constantemente do barulho no disque Psiu (Programa de Silêncio Urbano), que estabelece limites de ruído para locais fechados, como bares, casas noturnas, restaurantes, templos religiosos, indústrias e obras.
De janeiro a abril, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras recebeu, em média, três queixas por hora. No período, aplicou 23 multas e fechou um bar por dia. Os bairros recordes de queixas no Psiu são Perdizes, Pinheiros, Alto de Pinheiros, Vila Madalena, Vila Mariana e Vila Olímpia.
Uma saída para o problema tem sido blindar a própria casa com a instalação de janelas antirruídos. É a medida hoje mais eficiente para se proteger do barulho. Os compradores de apartamentos na planta, por exemplo, já estão instalando as janelas especais antes mesmo de se mudarem. 
Ranking do barulho: buzina de motoqueiros, caminhão e ônibus subindo a ladeira, Aeroporto de Congonhas, britadeira na rua, feira livre, minhocão, igreja evangélica, calçada de bar, prédio em construção, Praça Pôr do Sol.    
Onde reclamar: É possível reclamar de barulho no site da Prefeitura (sac.prefeitura.sp.gov.br/), pelo número 156 ou na praça de atendimento da subprefeitura de seu bairro. A Polícia Militar (190) pode fazer um papel de mediador entre os dois lados, mas não tem como multar nem pode entrar na residência.

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