Voltamos a falar sobre a dengue, assunto abordado em diversas edições do nosso jornal, e que inclusive ingressou numa expressiva campanha de esclarecimento à população. Dados da Secretaria Municipal da Saúde revelam que os casos de dengue não estão mais propícios à periferia da cidade, algumas das áreas mais ricas de São Paulo estão na lista recorde da doença, como o Morumbi, Brooklin, Itaim Bibi, Vila Sônia e Butantã.
Em 2010, quando a cidade registrou recorde de doentes, houve 15 casos no Itaim Bibi, ficando atrás do Butantã, Vila Sônia e Campo Limpo, até então, os primeiros da lista.
Os casos do Brooklin e Itaim Bibi chamaram a atenção da Secretaria da Saúde. O órgão afirma que um dos motivos para o aumento é a resistência da população em receber agentes de zoonoses da Prefeitura. Bairros mais ricos são mais resistentes à ação.
A preocupação torna-se maior porque esta época do ano costuma ser o mês de pico da doença. Em 2010, 40% dos casos aconteceram nesta época.
Agora com a circulação de novo vírus detectado em abril deste ano, elevou os riscos de epidemia e de gravidade da dengue, deixando São Paulo no cenário mais desfavorável para a doença desde o seu reaparecimento, na década de 1980.
O Ministério da Saúde não faz previsões, mas alerta para a banalização da doença. “Como não temos modelos de previsão acertada, temos que ser pessimistas, sempre agir como se fosse o pior verão”, afirma Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde.
Medidas prioritárias
Pela primeira vez, o Estado irá iniciar a temporada, em outubro, com quatro vírus existentes, circulando todos ao mesmo tempo. Mapa das áreas de vulnerabilidade da doença feita pelo governo paulista mostra que 44% dos municípios têm risco alto ou muito alto.
Para limitar a circulação do vírus tipo 4, a Secretaria de Estado da Saúde adotará cinco medidas. Quatro delas tiveram resultados limitados em Ribeirão Preto, município que concentra este ano 19% dos casos de São Paulo.
Entre as medidas estão o diagnóstico mais rápido em cidades prioritárias (para identificar e bloquear a propagação do vírus tipo 4).
Também estão previstos o uso de agentes da Sucen (órgão do Estado) em visitas a casas (hoje só a Prefeitura faz isso) e treinamentos de médicos nos locais de trabalho.
Por ano são investidos pelo governo estadual cerca de R$ 40 milhões nesta área.
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