O desembargador Luiz Sérgio Fernandes de Souza, da 7.ª Câmara de Direito Público, não aceitou o pedido da Prefeitura de São Paulo para suspensão da liminar que impede a venda do terreno de 20 mil m2 do Itaim Bibi, onde funcionam oito equipamentos públicos e é conhecido pelos moradores da região como “Quarteirão da Cultura”. Na área, a construtora JHSF pretende erguer quatro edifícios residenciais de até 25 andares e implantar um parque como forma de compensação ao bairro.
De acordo com a proposta da administração municipal, a unidade da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) será o único equipamento público que sairá da área, sendo transferido para outra região. Antes, o prefeito Gilberto Kassab havia anunciado que o Teatro Décio de Almeida Prado e a Biblioteca Anne Frank seriam desativados. Mas agora eles vão permanecer no terreno em novas instalações, junto a duas escolas, uma creche, uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que ocuparão um prédio de 10 mil m2.
O objetivo da Prefeitura com a apresentação do projeto foi de tornar mais flexível a opinião dos moradores. Eles são contra a negociação do terreno com o setor imobiliário, que construiria creches na periferia da Capital como contrapartida.
Para o presidente da Associação Preserva São Paulo, Jorge Rubies, a nova intenção da Prefeitura não convenceu a população. “A ideia ficou pior, pois o bairro terá o tráfego mais intenso e travado”. Por sua vez, os idealizadores do parque alegam que torres residenciais não influenciam tanto no trânsito quanto edifícios comercias. Os futuros empreendimentos da construtora JHSF terão apartamentos com até oito vagas na garagem.
Representantes do Movimento SOS Itaim Bibi, principal grupo contrário à venda do terreno, afirmam que não foram convidados pela Prefeitura para a apresentação do projeto.
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