sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Deputados criticam a Sabesp, que deve volta dia 30 à Assembleia

Deputados e especialistas contestam dados e colocam em dúvida a qualidade da água
e a prestação zero de serviços de tratamento de esgotos, uma das causas do aumento da mortalidade infantil.
Noticiamos que a presidente da Cia de Saneamento do Estado de São Paulo, Dilma Pena esteve recentemente na Assembleia Legislativa, motivada pelas inúmeras reportagens do Grupo 1 de Jornais (Gazeta de Pinheiros), para esclarecer os edís e todos os presentes. Mas além de não o fazer, só fez questão de tentar promover a estatal, sem sucesso.
O deputado João Antonio mostrou a poluição causada pela empresa em quase  todos os córregos da Capital, onde despeja “in natura” o esgoto coletado das residências.  O deputado Simão Pedro contestou os dados apresentados, que a empresa cobra para tratar o esgoto, mas só o afasta das residências e despeja diretamente nos rios Tietê e Pinheiros... O deputado Geraldo Cruz, ex prefeito de Embu das Artes, focalizou o abandono nos investimentos com as cidades de Itapecerica, Taboão e Embu, além de inúmeras da grande São Paulo. Os deputados José Zico Prado e Luiz Moura enfatizaram a falta de atenção e o descaso com moradores e a população de todo o Estado.
O agigantamento da empresa a tornou supostamente  um “cabide de empregos”. E mais: segundo Julio Cerqueira Cesar Neto, engenheiro, professor aposentado de Hidrologia da USP, ex-presidente da Fundação Agência da Bacia do Alto Tietê e atualmente membro do Conselho Superior de Meio Ambiente da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a empresa fornece água com potabilidade duvidosa para a maioria da população, não trata quase nenhum esgoto e o devolve nas fontes onde vai buscar o precioso líquido, que precisa ser altamente depurado com produtos químicos perigosos à saúde (e que há muitos anos não são usados em países desenvolvidos), como as represas Guarapiranga e Billings, rios Tietê, Pinheiros, além de centenas de córregos. Esta é a triste realidade: a empresa polui cada dia mais as mesmas fontes onde depois vai buscar a água para a população, não permitindo análise paralela de institutos gabaritados como o Adolfo Lutz e não reconhece e contesta estudos da Universidade de São Paulo, que mostram os metais pesados no líquido fornecido.
“A  Sabesp deve assumir uma postura de responsabilidade social e comunitária, que possam garantir investimentos para aumentar a oferta de água e, principalmente, o tratamento de esgotos. Tudo porque a falta de saneamento básico é um fator gerador de graves problemas de saúde pública. O que atinge, sobretudo, as camadas mais humildes da população. E, como sempre, as crianças são as mais afetadas. O resultado, infelizmente, já é conhecido: quatro crianças morrem diariamente no País em decorrência da falta de saneamento (principalmente pela ausência de esgoto sanitário), segundo revela a Fundação Nacional de Saúde”, deputada Ana Perugini.
A Sabesp será chamada novamente no próximo dia 30, na Assembleia Legislativa, para tentar esclarecer, mas deve continuar negando respostas à população, além do silêncio da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, que parece desconhecer todos os problemas que a estatal vem causando à saúde pública.

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