sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Água da Sabesp mais cara em setembro

A partir do dia 9 de setembro as tarifas de água e esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) serão reajustadas em 6,83%. O aumento vale para todas as cidades atendidas pela empresa, com exceção de São Bernardo do Campo, Lins e Magda, que têm regras contratuais diferenciadas.
Conforme simulação feita pela Agência Reguladora de Saneamento de Energia do Estado (Arsesp), o aumento da tarifa para residências com consumo de até 120 metros cúbicos por mês é de R$ 1,94 (de R$ 28,38 para R$ 30,32). Já para residência social (que depende da faixa salarial do morador, metragem do imóvel e consumo), a alta é de R$ 0,66. Para quem mora em prédio, o impacto do reajuste será menor. De uma maneira geral, a conta de água equivale a 11,18% da despesa geral de um condomínio.   
Mas o que esperar de uma empresa a qual moradores em diversas regiões da Capital e até mesmo no interior do Estado reclamam por pagarem um serviço que não têm acesso? A Sabesp cobra coleta e tratamento de esgoto e despeja tudo in natura em rios e córregos, contribuindo assim para poluir ainda mais o meio ambiente. No caso do Córrego Itaim, a própria companhia admite que o esgoto é coletado e jogado no córrego, e informou que “ainda não existe um coletor-tronco no trecho”, com o qual seria possível levar o esgoto para a estação de tratamento. Segundo a Sabesp, estão previstos R$ 9,3 milhões para as obras do córrego, numa área de 9,4 km2.
“A Sabesp investe, mas também agrava a situação. Basta saber que nem 20% do esgoto coletado passa por um tratamento”, disse o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, lembrando a necessidade da cobrança do serviço feito pela companhia. “Para ela ter direito a esse pagamento, tem de fazer coleta, transporte e tratamento”, completou.
Em novembro do ano passado, reportagem do jornal o Estado de S. Paulo mostrou que a Sabesp despeja esgoto in natura em 6.670 pontos de rios e córregos da Região Metropolitana - chamados de lançamentos provisórios.
Segundo levantamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a qualidade da água subterrânea, que abastece cerca de 6 milhões de pessoas (de um total de 41 milhões no Estado), caiu em São Paulo entre 2006 e 2008. O índice de água potável, que era de 85,4% em 2006, passou para 66,7% no ano passado.   
De acordo com a análise da CETESB (agência ambiental de SP), as principais causas que interferem na qualidade da água estão esgoto sem tratamento, uso de fossas sépticas e a infiltração no solo de fertilizantes utilizados na agricultura. 

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