A sucessão de apagões em São Paulo gerou duras críticas do governo paulista. “Não é possível São Paulo, a quarta maior metrópole do mundo, ficar horas sem energia elétrica”, afirmou o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que semanas atrás anunciou multa à Eletropaulo em razão do apagão de junho. Além dos grandes apagões, que normalmente ocorrem por falhas no sistema de transmissão, a população também tem convivido com uma série de desligamentos na rede de distribuição. Na capital paulista, os bairros mais atingidos são Pinheiros, Lapa, Morumbi, Butantã, Moema e Santo Amaro.
A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) não consegue explicar a causa da interrupção no fornecimento de luz na semana passada nas zonas Sul e Oeste da capital paulista. Segundo o diretor de Operações da CTEEP, Celso Cerchiari, o defeito no sistema de proteção da subestação Milton Fornasaro, no Jaguaré, não ocorreu por causa de fenômenos naturais, como vento, chuva ou raio. Ao constatar a falha, o fornecimento de energia foi automaticamente interrompido.
Para o secretário de Estado de Energia, José Aníbal, falta investimento. “Não precisa ser especialista para concluir isso. Tanto quanto a Eletropaulo, essa empresa passa por um processo de desinvestimento e de prioridade da gestão financeira sobre a prestação de serviços”, criticou. Como resposta aos problemas, o secretário resolveu estimular grandes consumidores (bancos, shoppings, hospitais, entre outros) a investir na própria geração de energia.
No caso das transportadoras de energia elétrica, a fiscalização das empresas cabe exclusivamente à Aneel, diferentemente do que ocorre com distribuidoras como a Eletropaulo, cuja fiscalização é compartilhada entre as agências reguladoras federal (Aneel) e estadual (Arsesp).
Conforme relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), só neste ano, foram 14 grandes ocorrências de apagões no País. A maior delas deixou o Nordeste sem luz por até cinco horas. O incidente – ainda sem explicações precisas – garantiu ao Brasil o título de país com o maior número de blecautes de grandes proporções. Das seis maiores ocorrências registradas no mundo desde 1965, três são do Brasil: em 1999 (97 milhões de pessoas), 2009 (60 milhões), e 2011 (53 milhões), segundo a consultoria PSR. O maior ocorreu na Indonésia, em 2005, atingindo 100 milhões de pessoas.
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