sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Balneários paulistanos altamente poluídos. Água da Sabesp é a responsável

Praias do litoral norte de São Paulo como Maresias, Juqueí, Camburi e Baleia atingiram seu pior índice de poluição dos últimos dez anos. O grande responsável pela piora dos índices de balneabilidade, segundo o relatório das praias divulgado pela Cetesb (agência ambiental estadual), é o despejo de esgoto doméstico no mar, ou seja, culpa da Sabesp por despejar tudo in natura em rios, córregos e mares, contribuindo assim para poluir ainda mais o meio ambiente.  É comum nas praias do litoral brasileiro, a falta de um sistema eficiente de coleta. Quando chove muito nessas regiões, a situação piora, pois mais esgoto acaba chegando ao mar.
No litoral norte, por falta de fiscalização da Sabesp, muitas casas, inclusive as de alto padrão, jogam dejetos nos córregos que cortam a planície costeira. Tudo,  então, é levado ao Oceano Atlântico. Um caso típico de casas poluindo o rio ocorre em Toque-Toque Pequeno, no município de São Sebastião. A praia, desde 2008, é rotulada como regular pela Cetesb.
“A tendência do litoral norte, se formos considerar o início da década, é de piora, diz Claudia Lamparelli, gerente da Cetesb.    
Água mais cara
A partir do dia 9 de setembro as tarifas de água e esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) serão reajustadas em 6,83%. O aumento vale para todas as cidades atendidas pela empresa, com exceção de São Bernardo do Campo, Lins e Magda, que têm regras contratuais diferenciadas.
Conforme simulação feita pela Agência Reguladora de Saneamento de Energia do Estado (Arsesp), o aumento da tarifa para residências com consumo de até 120 metros cúbicos por mês é de R$ 1,94 (de R$ 28,38 para R$ 30,32). Já para residência social (que depende da faixa salarial do morador, metragem do imóvel e consumo), a alta é de R$ 0,66. Para quem mora em prédio, o impacto do reajuste será menor. De uma maneira geral, a conta de água equivale a 11,18% da despesa geral de um condomínio.   
Mas o que esperar de uma empresa a qual moradores em diversas regiões da Capital e até mesmo no interior do Estado reclamam por pagarem um serviço que não têm acesso? No caso do Córrego Itaim, a própria companhia admite que o esgoto é coletado e jogado no córrego, e informou que “ainda não existe um coletor-tronco no trecho”, com o qual seria possível levar o esgoto para a estação de tratamento. Segundo a Sabesp, estão previstos R$ 9,3 milhões para as obras do córrego, numa área de 9,4 km2.
“A Sabesp investe, mas também agrava a situação. Basta saber que nem 20% do esgoto coletado passa por um tratamento”, disse o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, lembrando a necessidade da cobrança do serviço feito pela companhia. “Para ela ter direito a esse pagamento, tem de fazer coleta, transporte e tratamento”, completou.
Em novembro do ano passado, reportagem do jornal o Estado de S. Paulo mostrou que a Sabesp despeja esgoto in natura em 6.670 pontos de rios e córregos da Região Metropolitana - chamados de lançamentos provisórios.
Segundo levantamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a qualidade da água subterrânea, que abastece cerca de 6 milhões de pessoas (de um total de 41 milhões no Estado), caiu em São Paulo entre 2006 e 2008. O índice de água potável, que era de 85,4% em 2006, passou para 66,7% no ano passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário