sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A despedida de um mito

Silvia Vinhas
BandSports
Quando o maior atleta olímpico da historia do Brasil anuncia a decisão de antecipar o encerramento de sua carreira competitiva em jogos alegando falta de incentivo do País dá vontade de chorar! Torben Grael, responsável por praticamente um terço das conquistas olímpicas da vela brasileira - dois ouros, uma prata e dois bronzes -, se despede, aos 51 anos, pedindo um maior apoio às categorias de base do esporte que mais deu medalhas ao País. São 16 no total. Torben contou, em uma entrevista ao Jornal o Estado de São Paulo, que a decisão é resultado de um conjunto de fatores. Ele confessa que não tinha condições ideais para uma campanha olímpica e que chegou a apresentar vários projetos à Confederação Brasileira de Vela e Motor, sem retorno. Uma campanha olímpica, é trabalhosa e exige que o atleta participe de pelo menos uns dez eventos. Para isso, ele e o companheiro Marcelo Ferreira, deveriam abandonar outros projetos pessoais. Leia-se aqui: falta de patrocínio.
Atualmente, com os problemas internos enfrentados pela CBVM, os velejadores brasileiros optam por não seguir carreira. Na Inglaterra, por exemplo, sede dos próximos jogos, eles dão apoio a cinco equipes numa mesma classe. Aqui o atleta é desestimulado antes mesmo de começar…
Triste declarações de um ídolo que jamais nos decepcionou. Já participei da cobertura de quatro Olimpíadas e em todas elas, me lembro bem, ficávamos sempre esperando as medalhas da Vela. Torben Grael foi prata em 1984 em Los Angeles, festejou o terceiro lugar nas águas de Seul em 1988 na classe Star, conquistou o primeiro ouro em Atlanta, em 96, foi bronze em Sidney e o bi olímpico veio em Atenas, em 2004.
O legado dessa história brilha vivo em seus dois filhos, Marco e Martina, velejadores que lutam por uma vaga nos Jogos de Londres. Mas quantos outros Marcos e Martinas devem existir nesse Brasil enorme, que nem sequer imaginam como seja um esporte como a vela?
No momento a maior preocupação do Brasil é aprontar estádios e modernizar aeroportos para a Copa de 2014. Mas, que tal pensarmos no valor humano? Como estamos trabalhando e incentivando os nossos jovens de hoje a subirem ao podium amanhã?
Ainda dá tempo... mas como bem disse Torben Grael…dá trabalho!!!

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