A idéia de transformar o Jockey Club Cidade Jardim em um clube de serviços e parque público é antiga. Quando ocupou a Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, o atual secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Andrea Matarazzo, chegou a defender a idéia de restringir a parte do Hipódromo da Cidade Jardim ao turfe e às cocheiras. O restante da sede, que ocupa 639 mil metros quadrados, também viraria um parque municipal. Agora, contrariando a idéia de Matarazzo e da comunidade, que está ávida para conseguir uma nova área verde tão necessária para a cidade, o novo presidente da entidade, Eduardo da Rocha Azevedo, afirma que “para tirar o Jockey do buraco é preciso investir no modelo dos clubes de negócios europeus e norte-americanos“. Pelo projeto particular, totalmente contrário aos interesses públicos, e orçado em R$ 30 milhões, a área de lazer do Jockey seria incrementada com SPA, academia de ginástica, pista de Cooper ao ar livre e piscina maiores. “A solução para o Jockey é o clube, Cavalos é prejuízo”, afirma Azevedo. Com esta afirmação voltaremos assim à era da “Jockeylândia paulistana: tudo pelo particular e devedor e nada para a população...”
Mas os sinais de decadência estão por todos os lados – no mobiliário quebrado dos banheiros, nos estofados de couro puídos e nas ruas esburacadas da Vila Hípica, que denigrem as construções e a área a cada dia.
Outra idéia é a do advogado Roberto Ferrari de Ulhôa Cintra, já manifestada em nossa edição de 22 de abril deste ano, que também seria o aproveitamento dos prédios, além da construção de novos, pela Faculdade de Medicina da USP, oferecendo à população, além de lazer, um hospital público, tão carente à nossa região.
Dívida de IPTU
Para sair da lista dos maiores devedores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) da cidade, a direção do Jockey Club de São Paulo decidiu tentar pagar a dívida que passa dos R$ 300 milhões. O equilíbrio financeiro da entidade já está sendo discutido pelo presidente, que deve aderir “novamente ”(pois já esteve neste projeto e não honrou os pagamentos em outras gestões) ao Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) do Município, entregar ao município o terreno da chácara do Ferreira, quitando parte da dívida e promover reformulações.
Finalmente, como todos acreditam que a entidade novamente não vai honrar, ou melhor, não tem condições de honrar com pagamentos de enormes dívidas, voltam o interesse de todos que é transformar tanto a área da Cidade Jardim, com a chácara no bairro do Ferreira em parques municipais – uma parte ainda não definida permaneceria com o Jockey -, pois o prefeito Gilberto Kassab, dando o primeiro passo, já declarou a chácara em área de utilidade pública, idéia sempre defendida também pelo ex-secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, que chegou inclusive a visitar o local este ano e definir suas metas.
A utilização do terreno de 150 mil m2, conhecido como Chácara do Jockey, para amortecer parte dos débitos é discutida há pelos menos 10 anos com forte campanha encabeçada pela comunidade e apoio do Grupo 1 de Jornais.
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