sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Apito final

Silvia Vinhas
BandSports
Nem um roteirista de filme poderia imaginar uma final tão emocionante como a do Campeonato Brasileiro deste ano. Uma mistura mágica e surpreendente, ingredientes na dose certa da emoção. A notícia da morte de Sócrates, reverberada pelo mundo, trouxe conformismo por parte dos que acompanharam a luta do ex-jogador contra o álcool e comoveu uma nação.
No Pacaembu, tradicional berço de grandes espetáculos, o maior dos duelos… Corinthians e Palmeiras. No Rio de Janeiro, Flamengo e Vasco. Até o último minuto a incerteza, esperança e inquietude. O coração apertado do torcedor que sofreu até o fim. Pela tela um desfile de resultados… nem o mais competente comentarista poderia prever a goleada do Cruzeiro sobre o Atlético e o gol salvador do Internacional…
O espetáculo mostrou a capacidade de resiliência, os resultados positivos como consequência da determinação e comprometimento que só o esporte pode proporcionar. Depois da queda precoce na Libertadores, o Corinthians levou o título coroando um ano com direito a estádio novo e sede da abertura da Copa. O Vasco foi vice-campeão mostrando a garra de um time competentemente armado estrategicamente por Ricardo Gomes. O Santos, representante do Brasil no Mundial, consolidou Neymar como o ídolo a ser amado nos próximos anos.
Na alegria e na tristeza, o futebol vem forjando os interesses de uma nação. Move multidões sem ideais políticos, no balançar frenético das bandeiras e do batuque das arquibancadas. Por trás dos clássicos durante semanas, o torcedor manda a mensagem, seja pichando muros, dando as costas ao time ou levantando o punho num grito de guerra.
O apito final que tira o fôlego e acalma o coração.

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