sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Jaguaré é apontado como a “cara de São Paulo”

Levantamento feito pelo Estado nos dados do Censo Demográfico de 2010 mostra que, se algum bairro pudesse ser um retrato em miniatura de São Paulo, seria o Jaguaré. Dos 96 distritos da Capital, o Jaguaré, na zona Oeste, é o que possui indicadores mais similares à média da cidade. Na região, vê-se uma mistura tipicamente paulistana: casas antigas, favelas, indústrias, prédios de alto padrão recém-construídos e até o tradicional engarrafamento do fim da tarde.
A pesquisa foi feita a partir da média ponderada de 11 dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), levando em consideração características como raça, renda, estado civil, filhos, sexo e idade. Nenhum dos bairros paulistanos chega tão perto da média municipal quanto o Jaguaré, na zona oeste. Lá, a renda média por domicílio é de R$ 3,6 mil, 19,2% dos moradores são casados, 60,6% são brancos, 52,7% são mulheres e 26,5% têm menos de 18 anos, por exemplo.
Esses números praticamente se repetem na média da capital, que tem renda de R$ 3,5 mil, 19,2% de casados, 60,6% de brancos, 52,7% mulheres e 26,7% de menores de idade. O indicador mais diferente é a renda - apenas 5% maior que o total da cidade. Todas as outras características variam menos de 1,5%. Para efeito de comparação, bairros distintos da média, como Morumbi, na zona sul, chegam a ter diferença de até 250% em alguns dados.
Sossego noturno
A satisfação da população é reflexo da sensação de segurança nas ruas. Apesar do boom imobiliário e do maior movimento de carros e pedestres, muitas casas ainda não têm portões nem guaritas com vigias noturnos.
Os limites municipais estão demarcados no bairro do Parque Continental. O sossego dos moradores que vivem em casas luxuosas espalhadas pela área, no entanto, está cada vez mais ameaçado pelo trânsito. Para fugir das filas formadas na chegada à capital pela Rodovia Presidente Castelo Branco, parte dos motoristas de Osasco opta por cruzar as ruas tranquilas do bairro para cortar caminho.
O “jeitinho” já virou até tópico de discussão entre a Prefeitura de Osasco e a Subprefeitura da Lapa, que abrange o Jaguaré. “O maior problema é que Osasco acabou expandindo o viário para dentro do bairro e ainda não conseguimos resolver essa questão”, explica o subprefeito da Lapa, Carlos Fernandes.
Outro desafio do Jaguaré é a favela, uma das maiores da cidade, atualmente com 12 mil habitantes e em fase de reurbanização pela Prefeitura.  “Foi uma ocupação que ocorreu entre as décadas de 1970 e 1980 por causa das indústrias. Agora, nosso objetivo é criar prédios de baixa renda para abrigar essa população”, diz Fernandes.

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