Pinheiros à espera das enchentes
Com a chegada do verão, antigos problemas ocasionados pelas inundações voltam a fazer parte do cotidiano do bairro.
Todo final de ano, logo quando termina o mês de novembro, os moradores e comerciantes das ruas Fradique Coutinho, Mateus Grou e Joaquim Antunes já começam a se preparar para enfrentar as enchentes, causadas pelas fortes chuvas típicas do verão e que não atingem somente regiões da periferia paulistana. Garagens alagadas, carros boiando nas vias públicas e pessoas impedidas de sair ou entrar no próprio prédio onde moram são apenas alguns dos transtornos gerados pelas inundações.
A ocorrência das enchentes é tão frequente durante o período do verão que obriga os comerciantes a adotarem alternativas para evitar prejuízos. Na Rua Fradique Coutinho, o proprietário da loja Trenzinho Brinquedos Educativos, Alexandre Ito, precisou instalar comportas na entrada do estabelecimento. “Trabalho aqui há cerca de 15 anos e sempre tive problemas com os alagamentos, mas nos últimos tempos a situação vem ficando mais grave. Numa ocasião, a água chegou a invadir a loja quando o piso ainda era de carpete”.
Já na Rua Mateus Grou, as inundações se tornaram a dor de cabeça dos moradores de um edifício erguido no ano passado. “Desde que os primeiros apartamentos foram entregues, já houve seis enchentes na garagem”, reclama a síndica Patrícia Tolentino. Para enfrentar a inundação, ela também teve de recorrer às comportas, mas, sem sucesso. “O bloqueio instalado no portão não é suficiente para reter o volume de água que se acumula quando há chuvas mais intensas”.
Próximo do edifício onde Patrícia mora, os temporais fazem o cruzamento das ruas Mateus Grou e Artur de Azevedo ganharem “chafarizes”, provenientes das galerias e das redes de esgoto, incapazes de conter o excesso de água que recebem. Em fevereiro, o asfalto chegou a se romper devido a pressão sob o solo.
Na Joaquim Antunes, a inundação no trecho entre as ruas Cardeal Arcoverde e Artur de Azevedo chega a 1,5 metro de altura, principalmente embaixo do pontilhão da Rua Teodoro Sampaio. “Há cerca de 30 anos, as enchentes são comuns por aqui, mesmo quando só existiam casas”, diz a secretária da Associação de Moradores da Joaquim Antunes, Clarisse Bergamo Moraes.
Porém, a construção de prédios residenciais e comerciais agravaram o problema dos alagamentos na rua, fazendo com que moradores e comerciantes reivindicassem a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) por causa dos danos provocados. “Quando chove, é impossível entrar ou sair dos prédios e, até hoje, ninguém obteve retorno da Prefeitura”, lamenta Clarisse.
Nas próximas edições, a Gazeta de Pinheiros - Grupo 1 de Jornais abordará as possíveis causas das enchentes nas ruas citadas, além das alternativas para minimizar o problema.
Diego Gouvêa
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