Silvia Vinhas BandSports |
As imagens do vandalismo na apuração do carnaval carioca e depois na Marginal mostram o quanto a força de um grupo pode pulverizar as ações, com perda no foco e total descontrole. O sentimento de destruição que se alastra como erva daninha revela jovens sem limites que se colocam acima do bem e do mal ao vestir uma camisa, seja ela representando uma escola de samba ou um time de futebol. Pessoas de bem, com boa formação e estrutura familiar, se misturam a torcedores desequilibrados pelo próprio desnível cultural, social, e porque não dizer, de oportunidades.
Um ano de trabalho envolvendo milhares de pessoas na construção do enredo se perdem com a atitude de alguns. Quantos times de futebol já não foram prejudicados? Quantos mandos de campo perdidos, estádios fechados pela imprudência e intolerância de alguns? Questionam a segurança, mas o imponderável e elementos surpresa já atingiram em cheio John Kennedy, John Lennon e até o Papa. Qual o nível de tecnologia a ser testado quando se trata do impulso humano ou desumano? Como segurar o disparo dos desajustados? O Brasil é a bola da vez em dois grandes eventos: Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. A segurança será testada, homens e mulheres serão revistados, mas qual a estratégia no controle das massas? O pavio de uma bomba é aceso com um simples fósforo num caminho sem volta. Quando dois grandes clássicos não podem acontecer no mesmo horário porque o efetivo da polícia não se sente equipado para segurar as massas, temos que nos organizar e com urgência. Já estive na linha de fogo da briga de torcidas no final de clássico com minha filha e não me recordo de situação mais apavorante. Se quisermos preservar as “paixões nacionais”, já passou da hora de pensarmos cientificamente na questão das torcidas organizadas. É pela educação de um povo que reconhecemos um grande país.
Silvia Vinhas é apresentadora dos programas Magazine e Opinião Livre, dos canais Bandsports e TV Unip, respectivamente
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