As chuvas que atingiram a capital paulista nos últimos dias transbordaram córregos, destruiu barracos, inundou rodovias e avenidas, fazendo a lentidão no trânsito o recorde do ano: foram 217 km de vias congestionadas, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). O recorde anterior havia sido registrado em 27 de janeiro, com 182 km. O recorde histórico ocorreu em 10 de junho de 2009, quando 293 km de vias congestionaram - a CET monitora apenas 6% das vias da Capital.
Todas as regiões de São Paulo ficaram em estado de atenção para a ocorrência de enchentes e deslizamentos. A cidade chegou a ficar com 35 pontos de alagamento no último final de semana.
Famílias desabrigadas
O temporal castigou todas as regiões da cidade. Na favela do Jardim Arpoador, na zona Oeste, cerca de 60 famílias ficaram desabrigadas.
No Butantã, também na zona Oeste, a Avenida Eliseu de Almeida, na altura da Linha 4 – Amarela do Metrô, ficou completamente intransitável.
Como já é típico nesta época do ano, a região de Pinheiros também voltou a sofrer com as enchentes. O bairro da Vila Madalena sempre é o mais afetado, com a formação de alagamentos nas ruas Girassol, Harmonia, Medeiros de Albuquerque e Gonçalo Afonso, conhecida também como “Beco do Batman”.
Carros boiando e comerciantes ilhados em seus estabelecimentos são cenas comuns na Vila Madalena quando ocorrem chuvas com mais intensidade. Em Pinheiros, os moradores da Rua Joaquim Antunes também sempre têm problemas com as enchentes.
As enchentes na região acontecem principalmente devido à paralisação na Justiça do projeto que prevê um piscinão nas praças Gal. Oliveira Álvares e Jaques Bellange, no bairro do Jardim das Bandeiras. O pedido para bloqueio da iniciativa foi feito por moradores do entorno das praças, pois, segundo eles, o reservatório traria um impacto urbanístico na área, proporcionando efeitos de degradação.
Projetos parados
Apesar de o verão voltar em dezembro com as fortes chuvas, os principais projetos de combate às enchentes na região devem continuar na gaveta da Prefeitura de São Paulo.
No caso dos alagamentos na Lapa, mais precisamente no bairro da Pompeia, o problema é que as galerias dos córregos Sumaré e Água Preta não suportam mais o volume de água que recebem hoje. Para amenizar a situação, a Prefeitura pretende ampliar a capacidade de vazão delas, trabalho que só deve ser concluído em 2014.
Em outras regiões também há projetos parados, como no Butantã, onde está previsto o piscinão do Córrego Pirajuçara, ao custo de R$ 55,5 milhões. Porém, deste valor, apenas R$ 1,6 milhões foram investidos. Já em Santo Amaro, a reestruturação das galerias do Córrego do Cordeiro também está pendente, com um orçamento de R$ 95 milhões, sem nenhum centavo gasto.
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