Moradores afirmam que o mato alto e o acúmulo de entulho nas margens do Rio Pinheiros são as causas principais para a proliferação de mosquitos e pernilongos.
Nesta época do ano, devido à chegada do verão, a população sofre com os ataques constantes de mosquitos e pernilongos. Devido à proximidade com o Rio Pinheiros, os bairros da zona Oeste são os mais visados pelos incômodos insetos, que não deixam sequer as pessoas dormirem tranquilamente, principalmente nas noites mais quentes da estação.
Nas regiões de Pinheiros, Lapa, Alto de Pinheiros, Parque Continental, Vila Leopoldina e Morumbi, próximas à Marginal do Pinheiros, são mais suscetíveis aos incômodos mosquitos. Mas os moradores destes bairros têm uma certeza: o número de mosquitos na região está maior do que nos anos anteriores.
População está amedrontada
“Parece que estou com sarampo”, diz a aposentada Maria Helena Bueno, 68. Todas as manhãs, ela confere no espelho os resultados da luta contra os pernilongos.
“É um negócio incrível, parece mentira. Um surto igual a esse eu nunca mais tinha visto", afirma Beatriz de Queiroz Alves, 66, moradora de uma casa no Alto de Pinheiros há 35 anos.
Para afastar os mosquitos, Beatriz mantém as janelas fechadas e usa spray, velas de citronela, e até um tule -como os usados em véus de noiva- para cobrir as pernas.
Nos dias em que a incidência é maior, usa até um aspirador de pó. “Fazemos uma verdadeira caça ao pernilongo”, afirma.
Moradores e comerciantes afirmam ter medo de que eles transmitam a dengue, apesar de o pernilongo não ser um vetor da doença.
Sujeira é a causa principal
O aposentado Oswaldo Pereira, 65, reclama da falta de controle do rio e da sujeira. “Faz anos que não vejo a área sendo dedetizada” A prefeitura nega que o serviço tenha sido interrompido.
O professor de Ciências do Ambiente da PUC-SP Heitor Zochio Fischer diz que a época é propícia para a incidência de pernilongos.
“Esse período de calor e chuva favorece a reprodução dos mosquitos”, afirma. Segundo Fischer, o ideal para combater o pernilongo, seria fazer o controle dos possíveis locais de criação do mosquito, como poças d'água.
O especialista dá dicas para diferenciar o pernilongo do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
“O Aedes geralmente tem as pernas com as faixas brancas, enquanto o outro já é um colorido mais uniforme”.
A Secretaria Municipal da Saúde, que monitora a quantidade de larvas e mosquitos no Rio Pinheiros, disse que ainda não tem informações sobre um possível surto e pernilongos na região, mas nega que tenha interrompido o trabalho de controle do rio.
A EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), órgão do governo estadual responsável pelo monitoramento das condições do rio, diz que corta o mato nas margens do rio e retira algas, detritos e entulhos, e que o trabalho é contínuo.
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