A polêmica continua sobre a paralisação das obras da alça de acesso ao Rodoanel Mário Covas, que custaram aos cofres públicos o montante de R$ 17 milhões, mas não podem ser inauguradas. O caso já foi manchete em vários jornais e inclusive no Grupo 1, que retoma com o assunto.
Como já divulgamos em edições anteriores, a alça de acesso ao Rodoanel ficou pronta em junho do ano passado, com as faixas pintadas no asfalto e as placas de limite de velocidade colocadas – dois meses após a inauguração do Trecho Sul. No entanto, a obra de R$ 17 milhões não pode ser inaugurada. Atualmente, há outra ligação com a Rodovia Régis Bittencourt, aberta com a inauguração do Trecho Oeste (2002), mas é longa, cheia de curvas e feita para baixa velocidade, e que vem causando grandes transtornos e lentidão no encontro das vias. A nova alça é uma ligação direta com a pista expressa da rodovia federal.
Mas a nova ligação não obtém a liberação para o tráfego da concessionária que administra a Régis Bittencourt (Autopista Régis Bittencourt) nem da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O argumento é que ela é insegura, pois há um afunilamento no final da alça, bem no encontro com a Régis Bittencourt. Essa situação exige que os motoristas reduzam a velocidade para entre 40 km/h e 60 km/h.
O problema é que esses veículos vão dividir espaço com os que trafegam na Régis, a uma velocidade de até 90 km/h. “Sob o ponto de vista da segurança, essa geometria apertada no final é totalmente inadequada e pode haver conflito e acidentes”, afirma o engenheiro de tráfego Horácio Augusto Figueira. Ele acrescenta que é necessário um trecho segregado, de cerca de 500 metros, para os veículos ganharem velocidade.
Essa é justamente uma das exigências da concessionária responsável pela rodovia federal. “A liberação para uso será feita quando a responsável pela construção implementar a sinalização adequada e construir a faixa adicional necessária”.
A previsão era que a abertura levasse pelo menos mais dois meses, no entanto, já estamos quase no final do ano e nada foi feito. Um novo projeto da Desenvolvimento Rodoviário S.A (Dersa) - responsável pelas obras do Rodoanel - foi aprovado pela ANTT e pela Autopista. Para viabilizar mais rapidamente, não será preciso de imediato a construção de uma outra faixa, mas os caminhões e ônibus não poderão usar a nova ligação.
“Para que seja liberada a primeira etapa há a necessidade que o empreendedor conclua as atividades previstas para viabilizar a nova sinalização e implementar os dispositivos de segurança”, informa a ANTT. “Para a segunda etapa (veículos pesados), por ser necessária a implementação de uma terceira faixa no local, o empreendedor deve ainda apresentar um projeto”.
Segundo a Dersa, não houve erro no projeto de engenharia, que foi apreciado e aprovado pelas autoridades federais antes das obras. A empresa, ligada ao governo estadual, atribui a demora à concessionária, que teria pedido para adiar a abertura, pois faria melhorias no asfalto. Depois, a Autopista Régis Bittencourt teria modificado as exigências para a abertura. “Fizemos um primeiro projeto de sinalização que eles aprovaram, mas depois pediram adequações. Estamos no terceiro e agora não vai mais mudar. Faremos as intervenções para abrir...”, disse o engenheiro da Dersa Pedro Silva.
A empresa diz que não pretende abrir o acesso para o tráfego de caminhões e, portanto, a nova faixa é desnecessária, jogando 17 milhões na lata do lixo, contribuindo assim para mais uma farra com o dinheiro público...
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