Silvia Vinhas BandSports |
“Ninguém nos protegeu”.
Com essa frase, o meia Mohamed Barakat da equipe de futebol mais popular do Egito definiu a tragédia de Port Said. As imagens que chocaram o mundo, após o jogo entre Al Ahly e Al Masry, nos dão a certeza de que não basta derrubar um líder. A cultura enraizada da violência não termina com a troca de poder. Em 2011 o mundo apoiou a revolução de milhares de jovens na praça Tahir em busca de novas ideias e, principalmente, respeito aos direitos do cidadão. Foi um ano divisor de águas, de sonhos. A “Primavera Árabe” foi a mais significativa mudança dos novos tempos. Uma revolução organizada pelas redes sociais na capa do “Times”. A reação em cadeia que derrubou líderes e paradigmas.
Mas, quando uma simples partida de futebol termina em tragédia com 74 mortos e mais de mil feridos, de um mesmo povo que luta entre si, a expectativa de um mundo melhor desvanece. Os gritos por liberdade aclamados pelo planeta se calam.
A revolução agora e a resposta a essa barbárie tem que vir dos líderes do esporte. São eles que darão o tom de um futuro melhor. São os dirigentes mundiais que devem soltar o verbo, a voz e dar um basta. O Egito deve ser banido de qualquer manifestação esportiva até que a situação política não interfira no desempenho dos atletas. E isso vale para qualquer segmento. A segurança dos atletas, que sofreram como Barakat e tantos outros agredidos covardemente, deve ser preservada a qualquer preço. Tanto que ele e mais dois jogadores decidiram encerrar a carreira; além do técnico português Manuel José que pediu demissão. O primeiro-ministro, Kamal al-Ganzouri, anunciou a dissolução da Federação de Futebol do país e o Campeonato Egípcio, obviamente, também está suspenso até segunda ordem.
Basta! Tolerância zero para a violência no esporte.
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