Milhares de homens cercaram a correspondente americana Lara Logan, da CBS, na Praça Tahrir, por conta da renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarack.
Ela foi violentamente agredida e atacada e ficou em poder dos vândalos egípcios por quase meia hora até ser salva por um grupo de mulheres. A jornalista cobriu algumas das histórias mais perigosas do mundo e protagonizou muitos episódios de coragem durante a carreira. Mas a decisão de revelar o ataque sofrido no Cairo foi, sem dúvida, seu momento de maior bravura. Pode ser que, depois desse episódio, chefes e editores decidam enviar homens para não correr riscos, o que seria um grande erro. As mulheres fazem um excelente trabalho e dignificam a profissão em todas as áreas.
Num mundo até pouco tempo masculino, surgi como uma grande interrogação nas transmissões esportivas. Como primeira mulher a fazer a cobertura da Fórmula Indy, testei a paciência dos homens com muitas perguntas femininas. Nos jogos da NBA, entrava sem pudor nos vestiários, onde os gigantes do basquete não se esforçavam nem um pouco para cobrir as partes íntimas. Provoquei o Brasil tecendo comentários nos intervalos dos jogos de futebol e abri um caminho precioso para essa geração de belas e competentes mulheres que ousam fazer até mesa redonda aos domingos.
Por mais abertura que as mulheres tenham conquistado, sinto que os homens simplesmente se rendem, mas muitos não aceitam. Fazem chacotas, jogam charme nas entrevistas, testam a sedução e a paciência das cada vez mais jovens e lindas jornalistas esportivas.
Mas é um caminho sem volta. Por mais resistência que algumas culturas insistam em manter, as mulheres arregaçaram as mangas e foram à luta. E mesmo com sacrifício e riscos, ultrapassam limites, quebram regras e seguem decididas na vontade de vencer cada vez mais em suas profissões.
Mas é um caminho sem volta. Por mais resistência que algumas culturas insistam em manter, as mulheres arregaçaram as mangas e foram à luta. E mesmo com sacrifício e riscos, ultrapassam limites, quebram regras e seguem decididas na vontade de vencer cada vez mais em suas profissões.
Naquele dia 11 de fevereiro, fui dormir com a dor de Lara Logan, mulher forte e guerreira que ousou quebrar o silêncio e fez a mais importante reportagem de sua vida: vivenciou a dor e a violência que milhares de mulheres do mundo inteiro sofrem até hoje.
Silvia Vinhas é apresentadora dos programas Magazine e Opinião Livre, dos canais Bandsports e TV Unip, respectivamente. Fale com ela: leitor@grupo1.com.br
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