sexta-feira, 3 de junho de 2011

Novas regras podem desativar helipontos em SP

No total, São Paulo tem ao menos 215 helipontos registrados na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Desde o ano passado, uma lei municipal sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab exige que os equipamentos tenham licença ambiental. A ideia era disciplinar o negócio na metrópole, que possui uma das maiores frotas do mundo, com a média atual de 400 pousos e decolagens por dia.
Entre outros problemas, as novas medidas tinham como objetivo evitar que moradores de bairros residenciais, como os vizinhos da região da Avenida Faria Lima, Vila Olímpia, Ibirapuera, Butantã e Alto da Lapa se sintam incomodados com o barulho, e para afastar o zum-zum-zum próximo a escolas e hospitais. 
Passado pouco mais de um ano, nada menos que quarenta helipontos foram fechados – o equivalente a 20% do total existente, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe). Outros trinta correm o risco iminente de ter o mesmo fim. “Se isso não for revisto, ninguém terá mais como trabalhar por aqui”, afirma Elza Barbosa Martins, síndica do Edifício Edel Trade Center, na Avenida Ibirapuera, cuja plataforma fincada no topo deveria ter sido desativada em dezembro. Ela só se mantém graças a um recurso que está sob análise na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, um dos órgãos responsáveis pela fiscalização.
Essa polêmica pode esquentar ainda mais nos próximos meses. O Comando da Aeronáutica publicou no dia 16 último uma portaria com uma série de novas regras para a atividade. Uma delas é o aumento da área de segurança ao redor dos helipontos de 3 para 4 ou 5 metros. Como alguns terraços de edifícios já são bastante apertados para a operação, a mudança pode viabilizar mais uma  série de espaços. “No ritmo atual, cerca de 90% das plataformas paulistanas estarão extintas até  Copa de 2014”, diz Rodrigo Duarte, presidente da Abraphe. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente explica que simplesmente cumpre regras.
Abaixo-assinado
O Alto da Lapa não deveria ser rota dessas aeronaves. De tanto ver helicópteros sobrevoarem o bairro, moradores lançaram abaixo-assinado contra o ruído dos helicópteros. Moradores de bairros próximos, como City Boaçava, Butantã e Vila Olímpia, também reclamam do fluxo das aeronaves. O Ministério Público e o Estadual investigam os desrespeitos às regras.
Os helicópteros têm de voar entre 150 metros e 210 metros de altitude em São Paulo. O ruído máximo permitido de dia é de 70 decibéis; um helicóptero produz barulho superior a 85. Segundo a Aeronáutica, quem flagrar o sobrevoo em áreas residenciais pode reclamar pelo telefone 011-2112-3653. 

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