Todos queriam ver Ronaldo

Silvia Vinhas
BandSports

São Paulo parou na despedida do maior artilheiro de todos os tempos. Um vendaval devastador, chuva, queda brusca de temperatura, falta de energia elétrica, semáforos desligados, trânsito caótico. Ouso dizer que a fúria da natureza denunciava um acontecimento histórico. Mesmo com a tempestade que assolou a região, o Pacaembu estava majestoso, iluminado e imponente. Um público diferente acompanhou o amistoso entre Brasil e Romênia. Com camisa neutra, já que torcida organizada foi proibida, muitos nem sabiam qual seria o adversário brasileiro. Todos queriam ver...Ronaldo.

Com uma apresentação fraca e decepcionante da Seleção, por incrível que pareça foi Ronaldo  o protagonista da festa também em campo. Nos 17 minutos jogados, com os companheiros se revezando na missão de fazer com que a bola chegasse até ele a qualquer custo, perdeu três oportunidades de marcar o gol da emoção. O gol que salvaria a festa “sem graça” e “sem sal”.
Confesso que esperei ansiosa os canhões de luzes, o jogo de cores, momentos da carreira ,os principais gols em telões, e muitos fogos de artifícios...Esperei jogadores alinhados, craques do presente e do passado,reverenciando e aplaudindo o Fenômeno.

  A mensagem que Ronaldo passou foi de um guerreiro que descansa do jogo, mas não da vida. Não escondeu o orgulho de estar ao lado dos filhos, resgatando a família, começando uma nova vida. E como bem definiu o jornalista Roberto da Matta, “momentos devem ser celebrados intensamente com quem nos dá amor e nos desperta o sentimento de plenitude e de coragem para seguir em frente. A celebração realiza o contraste necessário com a vida que assusta porque não tem começo ou fim. São momentos de pleno sentido, pois as festas têm sempre uma razão e, mesmo bagunçadas, elas começam e terminam”.

A festa de Ronaldo está só começando...

Silvia Vinhas é apresentadora dos programas Magazine e Opinião Livre, dos canais Bandsports e TV Unip, respectivamente. Fale com ela: leitor@grupo1.com.br