100 anos das 500 milhas de Indianápolis

Silvia Vinhas
BandSports

Momento histórico para o automobilismo mundial. Quem um dia teve o privilégio de vivenciar o que é de fato participar e assistir as 500 milhas, sabe da importância deste evento para os amantes da velocidade. No início da carreira, quando era repórter da Indy, minha vida era transformada no mês de maio. Eu simplesmente me mudava para a cidade de Indianápolis. O autódromo era minha casa. A gasoline alley, estrada que liga a pista de corrida e as garagens das equipes, nossa meta diária em busca de notícias. De tão impressionada com a nossa rotina diária, a rede de televisão americana ABC, fez um reality show acompanhando o dia da equipe Band. Chegávamos no autódromo às 6h e saíamos às 20h. Os americanos registraram nossa batalha por entrevistas, as matérias e o desafio de mostrar o dia a dia dos pilotos. Nessa época os astros eram Rick Mears, A J Foyt, Al Unser Jr e claro, Emerson Fittipaldi, e Raul Boesel. Afinal, foram esses homens que abriram caminho para a nova geração de pilotos que brilha em pistas internacionais.

As 500 milhas de Indianápolis é o maior evento individual do mundo. Para essa corrida, o público estimado, que realmente assiste sentado nas arquibancadas, é de 500 mil pessoas. Você pode imaginar essas mesmas pessoas instaladas em hotéis espalhados pela cidade, ou em trailers, durante o final de semana? Tradicionalmente acontecem vários eventos na semana da corrida. O momento mais esperado por todos é a grande parada da cidade, com o desfile dos 33 pilotos do grid mais cobiçado do mundo, que são aplaudidos como verdadeiros heróis.
Vencer Indianápolis é um sonho cobiçado. Vale mais que uma temporada inteira. Quem vence as 500 milhas, entra no Olímpio dos Deuses da velocidade e é respeitado onde quer que vá.  O rosto do vencedor é eternizado na taça que fica em destaque no Museu do autódromo. O anel do campeão, esculpido em ouro com uma bandeira quadriculada, é invejado por todos. Não há pódio, nem champagne. O vencedor e seu carro são elevados como um troféu único, no meio da pista, e ovacionados pela multidão.

Poucos privilegiados conseguiram esse feito, muitos encerraram a carreira sem saborear o poderoso leite. Emerson Fittipaldi, Helio Castroneves e Gil de Ferran foram os três brasileiros que chegaram lá. E o mundo se rendeu a eles.

Silvia Vinhas é apresentadora dos programas Magazine e Opinião Livre, dos canais Bandsports e TV Unip, respectivamente. Fale com ela: leitor@grupo1.com.br