sexta-feira, 20 de maio de 2011

Especulação imobiliária ameaça esportistas

A missão do paulistano em encontrar um local para disputar partidas de tênis e futebol society será cada vez mais difícil com a especulação imobiliária pela qual vem passando as regiões de Pinheiros, Butantã e Santo Amaro.  Na Vila Leopoldina, zona Oeste, a Máster Tênis, em funcionamento desde 1999, tem seus dias contados. A academia de 6.000m2 deve fechar a portas em julho, abrindo espaço para a construção de um prédio comercial no mesmo terreno.
Nos últimos três meses, sete outros grandes complexos para a prática do jogo na cidade tiveram o mesmo fim. Segundo estimativas, mais vinte quadras sofrem idêntica ameaça. Fenômeno semelhante ocorre na área do futebol society, que perdeu mais de sessenta campos na Capital desde 2008. O vilão por trás do desaparecimento dos espaços é o mesmo: a especulação imobiliária.
O ex-tenista Fernando Meligeni explica que as construtoras estão comprando os negócios esportivos porque eles ficam em espaços imensos, normalmente em lugares planos e perto de uma vizinhança com alto poder aquisitivo. Mais emblemático ainda foi o fim das atividades da Mayer Tennis, na Granja Viana. Lá eram realizadas clínicas de treinamento e importantes torneios. Há três anos, os tratores passaram sobre as redes das dez quadras. Uma construtora assumiu a propriedade e ergueu ali um condomínio de 59 casas. Depois disso, Marcelo Meyer, ex-dono do complexo esportivo, resolveu deixar a atividade. Ironicamente, passou a ganhar a vida atuando como empreendedor imobiliário.
Quando há um grande empreendimento imobiliário avançando sobre os ecossistemas que sobraram, dá para prever também que em breve os animais silvestres que vivem nas grandes cidades serão afetados. Já a briga entre os espaços esportivos e os prédios é antiga. Nos anos 70, os campos de futebol de várzea foram as primeiras vítimas dessa batalha. “Não há como competir com as construtoras”, diz Paulo Roberto Antunes, presidente da federação paulista da modalidade, comentando a extinção recente de complexos como o Bola Brasil, que ficava na zona Sul da Capital.
Como não há muito a fazer em relação à multiplicação de edifícios na paisagem paulistana, os empresários começam a estudar possíveis alternativas para os sem-quadras. Uma tendência é a migração de algumas academias da Capital para a periferia e municípios da Grande São Paulo. 

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