sexta-feira, 13 de maio de 2011

Coritiba como modelo de gestão

Silvia Vinhas
BandSports
A equipe do Paraná chama a atenção pela campanha impecável e as consecutivas vitórias. Com índice de aproveitamento acima do normal acompanho o desempenho com certa curiosidade. Qual é o segredo deste time?
Enquanto grandes clubes com estruturas e salários gigantescos caem como dominó, o Coxa segue forte em sua gestão diferenciada. O Coritiba voltou à elite do futebol brasileiro pelas mãos de uma equipe de profissionais qualificados. Mas, principalmente pela mente do vice-presidente Vilson Ribeiro. Em uma recente entrevista ao Lancenet, o dirigente deu uma aula de gestão esportiva.
”No Brasil, orçamento é feito depois da despesa. É preciso mudar esse conceito. No futebol a despesa é certa e a receita é incerta. O segredo do equilíbrio de um clube médio ou pequeno é investir na categoria de base. É o be-a-bá do futebol mas ninguém faz. No Brasil, 4,8% das categorias de base são aproveitadas no profissional. O Coritiba tem 202 meninos atletas e aproveita dez, no máximo, por ano.É muito pouco. O Zaragoza, da Espanha, tem quatro mil garotos que geram cerca de E$100 milhões por ano em venda de jogador. A proposta do Coritiba é pegar cinco meninos da sub-20 e passar para o profissional. Os outros serão recolocados no mercado, no futebol japonês, ou na Europa. Meninos que o clube vende por US$ 100mil e fica com 30% do passe.
Destes, 10,15 garotos colocados lá fora, dois, três estouram e pagam toda a conta. Futebol é inteligência, estrutura, business, negócio. Outro aspecto fundamental é que os salários estão sempre em dia. Os líderes do elenco (Jéci e Edson Bastos), em janeiro, se reuniram para enfrentar a situação difícil do clube. Eles abriram mão de toda a premiação referente ao Campeonato Paranaense, inclusive no caso de título. E foram campeões”.
A proposta de gestão, o investimento consciente nas categorias de base, o futebol sendo tratado como empresa, sem altos salários, com os pés no chão e o grupo unido, são os ingredientes para uma equipe que só tende a crescer.

E ver esse time jogar, dá gosto. Os jogadores não param, correm o tempo todo, sem perder o foco. O psicológico deles está forte, o ego renovado e a esperança de ser grande, custe o que custar.
Qual a estratégia do Coxa? Humildade e o verdadeiro amor à camisa.
Silvia Vinhas

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