sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sacos plásticos: só proibição não basta

Aurelio Miguel
Vereador SP
Está em discussão na Câmara Municipal de São Paulo a proibição do uso das sacolinhas plásticas, artigos utilizados há muito tempo em supermercados, sacolões e outros estabelecimentos comerciais varejistas. Não há duvidas, a sacola plástica gera realmente um problema de poluição. Há quem diga que não é o pior dos problemas dessa área, mas elas são responsáveis pelo agravamento no entupimento de bueiros, na morte de animais marinhos e terrestres por sua ingestão, além da mais aparente: a poluição visual que agride até mesmo o mais afastado dos santuários ecológicos.
Mas a questão não se resolverá apenas com a proibição desses artigos. Nem tampouco com a cobrança por seu uso. O executivo municipal está pressionando para aprovar uma legislação sobre o tema sem que haja maiores discussões e sem que novas alternativas possam ser avaliadas. A pressa, no caso, é inimiga de uma medida mais adequada e duradoura. O problema existe no mundo todo e muitas práticas já foram estabelecidas. Há exemplos a serem seguidos e outros a serem descartados.
Tenho plena convicção de que algo tem que ser feito. Tenho absoluta certeza de essa proposta de legislação pode e deve ser aperfeiçoada. Mas sei também que apenas uma nova lei não bastará para colocar um ponto final na poluição provocada pelas sacolinhas. Atual inimiga número um do prefeito Kassab, a utilização das sacolinhas devia ser alvo de intensa, duradoura e esclarecedora campanha educativa. Tivesse o cidadão paulistano e brasileiro uma cultura de preservação ambiental, de reciclagem do lixo e contasse com os mecanismos e facilidades necessárias para tal e o impacto das sacolinhas seria bem menor.
Na verdade, educação e reciclagem são os verdadeiros caminhos para que o impacto ambiental gerado pelo uso de materiais poluentes seja minimizado. De nada adianta proibir sacolinhas e não se preocupar com as embalagens pet. É preciso pensar no problema como um todo e não simplesmente proibir uma embalagem que já tem seu uso arraigado na população e com um uso adicional que é o de embalar o lixo doméstico que termina nos aterros sanitários. É preciso que uma outra opção seja apresentada. Além disso, muitas outras perguntas precisam ser respondidas. Para isso é necessário tempo, debates e esclarecimentos. Proibir não basta!
Vereador Aurélio Miguel - Líder do PR na Câmara Municipal de São Paulo

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