sexta-feira, 27 de maio de 2011

Trabalho da Sabesp está sob suspeita enquanto o cidadão corre riscos e coleciona prejuízos

Aurelio Miguel
Vereador SP
O trabalho da Sabesp deveria ser tão cristalino quanto a água tratada que essa empresa promete entregar nos lares paulistanos. Mas em boa parte de suas ações, a atuação dela é tão clara e ‘perfumada’ como o material que ela despeja sem nenhum cuidado no já poluído rio Pinheiros. Para tentar desvendar o mistério das águas dessa empresa de capital misto e com ações na Bolsa de Valores é que estou acionando a Secretaria de Habitação de São Paulo, responsável pelo Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura. A Câmara Municipal de São Paulo tem que ser informada sobre todas as suas atividades. Como vereador e cidadão quero saber de onde vem as verbas destinadas a empresa, para onde elas vão e onde ficam depositadas. E, claro, como e se são aplicadas.
É senso comum associar a poluição por esgoto a céu aberto e sem tratamento a favelas e habitações de comunidades mais carentes. Mas isso é um engano. Pode parecer absurdo, mas o esgoto de bairros endinheirados como Panamby, Cidade Jardim, Real Parque e Morumbi deságuam ‘in natura’ no Rio Pinheiros. O esgoto de pobres e ricos polui da mesma forma. Diversas reportagens deste jornal já demonstraram esse pecado ambiental. É preciso saber para qual esgoto seguem as verbas milionárias destinadas ao saneamento ambiental em nossa cidade. Por isso mesmo estou exigindo das autoridades responsáveis informações urgentes.
No momento em que se discute em Brasília a aprovação de uma legislação para o meio ambiente, a cidade dirigida pelo prefeito Gilberto Kassab vive na Idade da Pedra no quesito tratamento de esgoto e água. Claro que ele não é o responsável direto pela atual situação do sistema. Mas é da sua conta intransferível fiscalizar os serviços realizados e entregues aos cidadãos paulistanos. Cruzar os braços, fechar os olhos e tapar o nariz para não sentir o cheiro ruim que exala da forma como o saneamento da cidade é tratado não é uma atitude digna de alguém que almeja futuro político mais ambicioso.
Espero que a Prefeitura Municipal, a Secretaria de Habitação, o Fundo Municipal de Saneamento, a Sabesp e todas as autoridades envolvidas se mexam para mandar para o Legislativo Municipal as informações solicitadas. O cidadão da maior cidade do País não pode permanecer de narinas fechadas diante do esgoto a céu aberto que estão se perpetuando os rios Tietê e Pinheiros. O paulistano espera que os administradores da cidade fujam de atitudes e ações que se assemelhem em cor, cheiro, aparência e consistência com a matéria prima de seu trabalho.
Aurélio Miguel Líder do PR na Câmara Municipal de São Paulo

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