Paraiosópolis, segunda maior favela da cidade, com cerca de 80 mil habitantes, se destaca no cenário paulistano na demanda de serviços de qualidade criados por moradores como a corretora de imóveis Helena Santos, 50 anos, perfeito retrato da transformação da comunidade. Helena, que diz nunca faturar menos de 2.500 reais por mês, tem três carros na garagem: um Gol 2010, um Marea 2001 e um CrossFox 2010, frota que reveza com seus três filhos. A região, na qual predominam a pobreza e a informalidade, tem presenciado a ascensão de uma elite que se alimenta de produtos light, usa perfumes importados, compra roupas de grife, viaja de avião e investe no próprio sorriso.
Para quem tem esses moradores como clientes, mantê-los ali é salutar para os negócios. A corretora emergente que o diga. O valor de uma casa de dois quartos, que não passava de 80.000 reais dois anos atrás, chega a bater nos 200.000 reais, engordando suas comissões.
A reurbanização e o aprimoramento dos serviços, contudo, são os fatores que de fato mantêm seus emergentes vivendo em Paraisópolis, onde ainda predominam os barracos de tijolo sem reboco e muito lixo espalhado na mais carente das cinco sub-regiões, chamada Grotão. Até o fim do ano, todas a residências terão sistemas de água e esgoto. O prédio de uma AMA (ambulatório com médicos especialista) está em fase de retoques e o asfalto já cobre as ruas principais.
Com isso, bandeiras de serviços e produtos caros à classe média têm se espalhado. No campo financeiro, um dos pioneiros foi o Banco do Brasil, que chegou em dezembro de 2010. Segundo Dan Marinho Conrado, diretor de distribuição da instituição, o posto bancário já conta com 600 pessoas físicas como correntistas e 27 empresas. O Bradesco chegou pouco antes. E o Santander faz planos de se instalar ali dentro de alguns meses. A vizinhança abriga também pelo menos quinze clínicas odontológicas e serviços de lavanderia. A maior academia de ginástica, a GCA, instalada há vinte anos no pedaço, acaba de inaugurar uma ala nova, com equipamentos mais modernos. E a cada dia surgem lojas como a Brilhante Bijuterias e a Mira Modas, conhecida como a Daslu local.
Em breve, Paraisópolis ganhará seu espaço próprio de eventos, com 500 metros quadrados, palco, camarotes e acesso para deficientes, tudo isso bem próximo de uma filial das Casas Bahia, que vende de batedeiras a TVs de LCD.
Todos esses projetos têm sido acompanhados pelo vereador José Rolim, que atua há anos em Paraisópolis como líder comunitário.
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