sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cidade chamada Paraisópolis

Paraiosópolis, segunda maior favela da cidade, com cerca de 80 mil habitantes, se destaca no cenário paulistano na demanda de serviços de qualidade criados por moradores como a corretora de imóveis Helena Santos, 50 anos, perfeito retrato da transformação da comunidade. Helena, que diz nunca faturar menos de 2.500 reais por mês, tem três carros na garagem: um Gol 2010, um Marea 2001 e um CrossFox 2010, frota que reveza com seus três filhos. A região, na qual predominam a pobreza e a informalidade, tem presenciado a ascensão de uma elite que se alimenta de produtos light, usa perfumes importados, compra roupas de grife, viaja de avião e investe no próprio sorriso.
Para quem tem esses moradores como clientes, mantê-los ali é salutar para os negócios. A corretora emergente que o diga. O valor de uma casa de dois quartos, que não passava de 80.000 reais dois anos atrás, chega a bater nos 200.000 reais, engordando suas comissões.
A reurbanização e o aprimoramento dos serviços, contudo, são os fatores que de fato mantêm seus emergentes vivendo em Paraisópolis, onde ainda predominam os barracos de tijolo sem reboco e muito lixo espalhado na mais carente das cinco sub-regiões, chamada Grotão.  Até o fim do ano, todas a residências terão sistemas de água e esgoto. O prédio de uma AMA (ambulatório com médicos especialista) está em fase de retoques e o asfalto já cobre as ruas principais.
Com isso, bandeiras de serviços e produtos caros à classe média têm se espalhado. No campo financeiro, um dos pioneiros foi o Banco do Brasil, que chegou em dezembro de 2010. Segundo Dan Marinho Conrado, diretor de distribuição da instituição, o posto bancário já conta com 600 pessoas físicas como correntistas e 27 empresas. O Bradesco chegou pouco antes. E o Santander faz planos de se instalar ali dentro de alguns meses. A vizinhança abriga também pelo menos quinze clínicas odontológicas e serviços de lavanderia. A maior academia de ginástica, a GCA, instalada há vinte anos no pedaço, acaba de inaugurar uma ala nova, com equipamentos mais modernos. E a cada dia surgem lojas como a Brilhante Bijuterias e a Mira Modas, conhecida como a Daslu local.
Em breve, Paraisópolis ganhará seu espaço próprio de eventos, com 500 metros quadrados, palco, camarotes e acesso para deficientes, tudo isso bem próximo de uma filial das Casas Bahia, que vende de batedeiras a TVs de LCD.  
Todos esses projetos têm sido acompanhados pelo vereador José Rolim, que atua há anos em Paraisópolis como líder comunitário. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário