sexta-feira, 6 de maio de 2011

Poluição sonora: Como os paulistanos lidam com o barulho?

O Plano Diretor da cidade define como horário de silêncio em zonas residenciais o período das 22h às 7h. Mas o Psiu (Programa de Silêncio Urbano) não pode atuar em residências, apenas em estabelecimentos comerciais. Já a Polícia Militar pode até fazer o papel de mediador, mas não tem como multar, muito menos entrar na casa para abaixar o volume do som. Bairros como Vila Madalena, em Pinheiros, Itaim Bibi, Moema e Jardins, redutos de casas noturnas, boates, igrejas, restaurantes e barzinhos, fazem com que a vizinhança fique em desassossego devido ao barulho constante. No Morumbi, o som em alto volume dos shows musicais no estádio e as “baladas” noturnas em mansões alugadas por jovens, são problemas enfrentados constantemente pelos moradores.Barracos entre moradores costumam engordar a crônica policial e chegam até a render bons clássicos da música popular, como o samba “A Semente”, de Bezerra da Silva, cujo protagonista acaba confundido com um traficante por culpa do dono da residência ao lado, que transformou o quintal numa plantação de maconha.
Dividir a parede do apartamento ou casa com o vizinho pode resultar também muitas vezes numa relação tensa ou não muito amigável. Confusões que começam por motivos banais podem terminar por vezes na Justiça. “Barulhos e vazamentos estão entre as principais causas dos desentendimentos entre vizinhos”, afirma Juliana Ferreira, advogada e conciliadora do Tribunal de Justiça de São Paulo. Segundo a advogada, os exemplos de boa convivência entre gente de mundos tão diferentes podem ensinar algo em termos de tolerância e civilidade.
De acordo com a Polícia Militar, de 2006 a 2010, os casos de “perturbação do sossego” cresceram 226% pelas ruas de São Paulo. As reclamações feitas por moradores que não conseguem dormir por culpa do barulho do vizinho crescem de 392 em média durante a semana para 1.118 de sexta-feira a domingo.
Onde reclamar: É possível reclamar de barulho no site da Prefeitura em: (http://sac.prefeitura.sp.gov.br), pelo número 156 ou na praça de atendimento da subprefeitura de seu bairro. A Polícia Militar (190) pode fazer um papel de mediador entre os dois lados, mas não tem como multar nem pode entrar na residência.

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