Fatalidades de ciclistas fazem conscientização do trânsito em SP ser debatida. |
A morte da bióloga Juliana Ingrid Dias, 33 anos, atropelada por um ônibus na Avenida Paulista, no último dia 2, fez com que as políticas públicas para circulação de bicicletas na Capital voltassem a ser questionadas. Além da polêmica sobre as mudanças na legislação viária, também é debatido o desenvolvimento de uma cultura de respeito no trânsito, assim como foi feito recentemente com os pedestres.
O desconhecimento sobre as normas viárias por parte dos condutores paulistanos é considerado por grupos cicloativistas um dos principais obstáculos para que São Paulo se torne uma cidade segura aos adeptos das bicicletas. Situação semelhante ocorria com os pedestres, antes das ações de conscientização promovidas pela Prefeitura.
No final do ano passado, ações informativas e de conscientização dos motoristas sobre os direitos e deveres dos pedestres fizeram com que diminuíssem os atropelamentos nos principais cruzamentos da cidade. Isso porque a maioria das normas viárias sobre o tema era descumprida por falta de fiscalização e de conhecimento.
De acordo com as normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), as bicicletas têm a circulação permitida nas beiradas ou bordas das vias, no caso, a sarjeta. Porém, a restrição pode variar em cada cidade do País, o que aumenta ainda mais a polêmica. No caso da capital paulista, os ciclistas não podem trafegar pelo Elevado Costa e Silva, o Minhocão.
Para especialistas em trânsito, a relação entre motoristas e ciclistas tem se tornado mais complexa nos últimos anos não só pelo aumento do número de bicicletas em grandes ruas e avenidas, mas pela ausência do poder público em se posicionar como mediador no conflito entre ciclistas e condutores de veículos motorizados, assim como fez com os pedestres.
Já segundo grupos cicloativistas, o governo municipal também tem falhado em disponibilizar infraestrutura suficiente para suprir a demanda. Desde que assumiu o segundo mandato em 2009, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) pretendia construir 100 quilômetros de ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas em quatro anos. Porém, 80% das vias implantadas desde então na Capital são destinadas ao lazer, no caso, as ciclofaixas, interligando parques públicos.
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