São os bairros que também têm os índices mais altos. O Morumbi teve 22 residências roubadas entre janeiro e o dia 10
Os casos de roubos a residências triplicaram no Morumbi, zona sul de São Paulo, nos dois primeiros meses deste ano em comparação com igual período de 2009. Foram 30 casos contra 10. O Jornal Folha de S. Paulo obteve os números de ocorrências desse tipo em 20 delegacias de bairros nobres da capital. Em 12 dos distritos policiais houve aumento dos casos, mas há regiões com queda significativa, como os Jardins. No total, são 132 ocorrências no primeiro bimestre de 2009 contra 136 neste ano.
Os dados mostram que no primeiro bimestre deste ano ocorreram 22 roubos a residências na área do 34º DP (Morumbi). No mesmo período do ano passado, foram registrados 3 casos.
As casas do bairro de Pinheiros também são as mais visadas pelos ladrões. O mapeamento revela que, em média, uma casa é roubada a cada três horas e meia. Para representantes do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Pinheiros, há falta de policiamento na região.
Assim como possui dois distritos policiais, o Morumbi também conta com dois Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). A presidente do Conseg do Morumbi, Júlia Titz Rezende, diz que as áreas com maior incidência desse tipo de roubo são o Jardim Rolinópolis, quase na divisa com o Butantã, e a região próxima ao estádio do São Paulo, nas proximidades com a Favela de Paraisópolis.
Quadrilhas especializadas
Segundo Júlia, a Polícia Militar intensificou o patrulhamento preventivo no bairro, prendeu algumas quadrilhas e sempre faz reuniões semanais para planejar operações contra os ladrões. Ela acrescenta que os moradores também precisam ajudar e tomar algumas precauções, como instalar mais equipamentos de segurança nas casas e ter cuidado ao contratar empregados, procurando sempre obter referências e acesso às fichas de antecedentes.
Já o presidente do Conseg do Portal do Morumbi, Celso Neves Cavallini, de 65 anos, afirma que os ladrões de casas costumam ter informações de suas vítimas. “A PM faz o patrulhamento preventivo, mas é difícil coibir este tipo de crime. Os ladrões são organizados, planejam a ação, sabem onde vão atacar, conhecem a rotina das vítimas, quantos empregados trabalham e quantas pessoas moram na casa”, argumenta.
O levantamento das ocorrências no 34º DP aponta ainda que neste ano a sexta-feira foi o dia preferido dos ladrões para invadir casas do Morumbi que estão na área do distrito. Foram seis casos registrados. A Polícia Civil registrou quatro roubos às terças-feiras; quatro às quintas-feiras; quatro aos sábados; dois às segundas-feiras; um na quarta-feira e um domingo. Já no primeiro bimestre de 2009, dos três roubos na região do 34º DP, um foi em uma segunda, um na quarta e um no sábado.
Cavallini cita como exemplo de informação privilegiada o roubo à casa do apresentador Silvio Santos. Segundo ele, os bandidos sabiam com detalhes chegar à residência do dono do SBT. “Eles entraram pelo Colégio Pio XII, caminharam até a casa das freiras e pularam o muro da casa de Silvio Santos. Meus filhos estudaram no colégio. Participei de muitas festas lá. Eu não conhecia e pouca gente conhece esse caminho”, disse.
Ao contrário do Morumbi, os roubos a residências diminuíram nos Jardins, zona oeste, passando de quatro, no primeiro bimestre de 2009, para nenhum em janeiro e fevereiro deste ano. Situação semelhante ocorreu em Perdizes. Foram cinco casos em 2009 e só 1 neste ano.
Movimento contra a violência
Vestidos de camisetas brancas customizadas, apitos, panelas e cartazes com imagens de filmes “Pulp Fiction” e “Laranja Mecânica”, moradores de bairros nobres de São Paulo, entre eles Morumbi, Pinheiros, Jardins e Itaim Bibi protestaram por mais segurança.
O movimento, convocado pelo Facebook, reuniu cerca de 260 pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar.
O grupo se reuniu no Parque do Povo. Aos gritos “Queremos paz! Queremos proteção! Queremos viver sem medo de arrastão”, os manifestantes soltaram balões brancos.
Dicas de segurança
- Ao chegar ou sair de casa, observe os arredores e veja se não há pessoas estranhas. Na dúvida, dê uma volta no quarteirão.
- Durante viagens, peça para um vizinho recolher as cartas e jornais deixados no imóvel. Não deixe que objetos de valor sejam vistos por quem está na rua. Isso chama a atenção dos criminosos.
- Crie com os vizinhos uma “rede de vigilância”, em que todos estão atentos a estranhos na rua.
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