Velocidade no DNA

Silvia Vinhas
BandSports

Rubens Barrichello confirmou oficialmente que corre a temporada da Formula Indy nesse ano. Quem intermediou o contato entre piloto e a escuderia KV foi Tony Kanaan, corredor do time e amigo de Barrichello. O novo desafio contou também com o aval da esposa de Rubinho, Silvana, que teme pelas corridas em circuitos ovais. Assim como outros pilotos da Fórmula 1, a continuidade em outra categoria reforça a paixão pela velocidade. Foi assim com o britânico Nigel Mansel, que se aventurou na Indy nos anos 90, época em que eu era repórter e fazia as coberturas da Indy. Lembro que numa entrevista o piloto inglês ressaltou que a motivação maior da Indy está justamente nos circuitos ovais e, claro, nas 500 milhas de Indianápolis. O mesmo discurso feito por Nelson Piquet, que sofreu grave acidente nesta prova em 1992. Ayrton Senna chegou a testar um Indy, no mesmo ano, momento que registrei com exclusividade em Phoenix, no Arizona, mas não mudou de categoria, mesmo tendo o sonho de um dia guiar em Indianápolis.

Rubinho chega na Indy em um momento favorável para os brasileiros. Há muitos anos os pilotos do nosso país descobriram que podem se divertir e ganhar dinheiro nos EUA. Os donos de equipe, a maioria ex-pilotos, alimentam suas máquinas com grande paixão. A família Andretti, por exemplo, mantém até hoje um circuito no quintal de casa, Nazareth, em Passadena, que fez parte do calendário oficial até 2001.

Quando Emerson Fittipaldi descobriu a Indy, ninguém apostava na modalidade e os circuitos americanos não chamavam a atenção do público brasileiro. A vitória em Indianápolis ,em 1989, mudou o panorama. Hoje os títulos para o Brasil são até comuns... só Helio Castro Neves já venceu três vezes as 500 milhas

Boa sorte a Rubinho, que não emocionou como piloto na Formula 1, mas deve ser respeitado pela garra. Nunca desistiu de seu sonho. Reverenciado aonde vai, sentiu, no apoio do público americano um acolhimento. Não importa o caminho, a velocidade entra no DNA e não sai mais.