sexta-feira, 30 de março de 2012

Por um novo conceito de gestão

Silvia Vinhas
BandSports
Após um final de semana sangrento com as torcidas organizadas de Palmeiras e Corinthians protagonizando mais um show de violência, a Federação Paulista de Futebol acatou o pedido da Polícia Militar e proibiu a entrada das torcidas organizadas nos estádios até que as investigações sejam concluídas. Quem viu as imagens acompanhou um efetivo dos mais precários para um duelo anunciado. As torcidas de maior rivalidade no Brasil foram escoltadas por poucos e inofensivos policiais para tamanha quantidade de vândalos. Sim, bandidos que vestem a camisa dos times e se misturam a torcedores de verdade. Já comentei aqui na coluna que se dois jogos de grande porte acontecessem em São Paulo, o resultado seria trágico. E nesta semana a Lei Geral da Copa foi aprovada com a questão da venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014 pendente. A responsabilidade em flexibilizar a lei está agora com os governos. Mas fica aqui a pergunta: até que ponto proibir o álcool nos estádios contribuiu em algum aspecto na diminuição da violência? Dentro do estádio não pode mas... e a bebida vendida fora?.
Então porque não criar um novo conceito de gestão voltado à modernidade e copiar experiências vencedoras dos países mais desenvolvidos? Não podemos ficar reféns da aprovação pela comissão geral da Copa que sabemos, está diretamente ligada aos benefícios que os partidos da base aliada vão receber... A briga política está atravessando os direitos do torcedor. Nos maiores eventos do planeta, entre Jogos Olímpicos e Mundiais que pude acompanhar, a bebida é liberada, principalmente nos camarotes corporativos. Conceitos profissionais e modernidade preservam a rentabilidade, que sustenta o clube. Alguns dados impressionam: 99% dos torcedores acima dos 16 anos não vão aos estádios há dois anos, 70 % não compram produtos licenciados e 65 % da comunidade não se interessa por produtos de patrocinadores. Não é o álcool que atrapalha, são os dirigentes, os gestores do futuro que se apegam a bebida, como bandeira contra a violência. No último confronto entre palmeirenses e corintianos, os torcedores nem tinham chegado aos estádios.
O que precisamos são punições e cumprimento da lei, colocar ordem numa baderna organizada que contribui e muito com o distúrbio social em que vivemos. Combatendo a impunidade podemos resgatar o poder do futebol em recuperar o aspecto cultural do país.

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