quinta-feira, 17 de março de 2011

Caos no trânsito paulistano começou há cem anos

Os primeiros automóveis apareceram em São Paulo em 1893. No final do século 19 havia quatro deles registrados na cidade – e a população saía à janela para vê-los passar quando foi criada a primeira regulamentação sobre a circulação, em 1903.
Na noite de setembro de 1911, dia da inauguração do Teatro Municipal, teve início o  primeiro grande problema de trânsito na capital paulista, assim descrito em jornais e registros da época, o que faz a cidade completar agora seus cem anos de lentidão.
Da frota de 300 carros daquele ano, cem foram à ópera Hamlet. O tráfego logo parou nas ruas Barão de Itapetininga e Xavier de Toledo, no Viaduto do Chá, e o congestionamento chegou à Praça da República. A população, naquela época, era estimada em 240 mil habitantes.
Mais de cem anos depois, a média imposta pelo trânsito é a mesma. No pico da tarde, das 17h às 20h, a velocidade média do trânsito foi de 17km, em maio de 2010.  A frota de São Paulo está prestes a chegar a 7 milhões de carros – a cidade tem cerca de 11 milhões de habitantes. Em 1950, quando a cidade era muito mais compacta, havia cerca de 50 mil carros.
O problema do trânsito se agravou nos anos 90, quando a média de lentidão aferida pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) saltou dos 40 km para 120 km em dez anos. Curiosamente, a presidência da CET fica no local do primeiro congestionamento, na esquina do Municipal.

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