Depois de perder a Chácara Edgard de Sousa (hoje Condomínio Quintas do Morumbi, na gestão da prefeita Luiza Erundina) e a área do Coopercotia Atlético Clube (onde está instalada a garagem do Metrô- Linha 4 – Amarela, gestão do então prefeito Paulo Maluf), finalmente a Prefeitura de São Paulo decidiu transformar a área da Chácara do Jockey Club, no bairro do Ferreira, em parque público e esportivo, uma campanha que há muitos anos vem sendo apoiada e divulgada pelo Grupo 1 de Jornais a pedido dos moradores da região, que ficaram inconformados com a notícia de que no local seria erguido um condomínio de prédios de quatro andares, com um total de 648 unidades. O negócio seria feito por meio de permuta – uma espécie de troca, cuja contrapartida poderia vir em terrenos ou mesmo investimentos no Jockey Club de São Paulo, presidido desde 2005 por Márcio Toledo.
Contrários à obra, os moradores se mobilizaram e ganharam apoio de professores da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), do Ministério Público e até da paróquia do bairro.
“Decidimos fazer uma mobilização no Ferreira, Vila Sônia e toda a região. A discussão mais importante é a chácara”, diz o morador e antropólogo Pedro Guasco, da Associação Rede Butantã de Entidades e Forças Sociais.
“Que construam prédios em outro lugar, não numa área verde. O trânsito não dá mais para andar, as avenidas estão saturadas. Com o metrô, o aluguel subiu muito e as casas estão todas à venda”, diz o padre Darci.
O parque já tem nome: Pequeninos, uma alusão à escolinha de futebol Pequeninos do Jockey, presidida por José Guimarães Júnior, que nestes 40 anos de existência descobriu inúmeros craques do futebol brasileiro, e abriga hoje mais de 500 crianças de 5 a 16 anos.
Dívida pública
A desapropriação da área, porém, decorre da dívida de IPTU que o Jockey Club tem com a Prefeitura, avaliada em ao menos R$ 150 milhões, além de pendências fiscais como multas por realização de eventos em alvará e publicidade irregular.
A proposta tem o aval do prefeito Gilberto Kassab (DEM), e um decreto de utilidade pública que atesta o interesse da Prefeitura no terreno, já foi publicado.
“A decisão já está tomada. O terreno tem de virar um parque, é sua vocação”, afirma o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman.
Com um processo de desapropriação em andamento na Justiça, a Prefeitura ainda não sabe com será fechado o negócio.
As 417 cocheiras e as antigas moradias dos tratadores de cavalos serão transformadas em alojamentos de atletas em competição ou treinamento no novo parque esportivo. A intenção da Prefeitura é criar uma escola técnica voltada para formação esportiva e instalar equipamentos urbanos para a prática de diversas atividades físicas. Outras informações dão conta de que no espaço total de mais de 150 mil metros quadrados, haveria também condições de se instalar a Subprefeitura do Butantã, hipótese já aventada em administrações anteriores.
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