De acordo com pesquisas, das 29.788 unidades residenciais lançadas entre janeiro e novembro de 2010, 8% está a até 500 metros dos rios Pinheiros e Tietê – onde para especialistas, não deveria haver construções.
Os novos prédios chegaram até o Pinheiros e o Tietê por causa do boom imobiliário e do esgotamento de terrenos livres nas áreas nobres. As várzeas dos rios são importantes para o escoamento adequado da água das chuvas, dos próprios rios e dos seus afluentes. Com as construções aumentando nas margens, o risco de enchentes também cresce.
A matemática do boom imobiliário tem outro resultado desastroso: com o encarecimento da terra, populações de baixa renda seguem cada vez mais para a periferia e, consequentemente, para áreas de risco de enchentes e de desmoronamentos.
“Hoje, áreas de várzea são ocupadas por presido de classe média lata. Com isso, a gente vê cada vez mais bairros de classe média afetados por enchentes”, diz Roberto Braga, especialista da Unesp em planejamento territorial.
São Paulo está erguida sobre um abacia de 281 rios, córregos e ribeirões, fora os lençóis freáticos. O Tietê, por exemplo, é um rio espraiado, que precisa de espaço para escorrer, pois não tem profundidade nem calha definida.
O engenheiro Paulo Andrade, que comprou um apartamento de R$ 550 mil nas margens do entroncamento dos rios Pinheiros e Tietê, sabe disso. Seria necessário pensar na drenagem da água ao construir a cidade. “E isso não é feito adequadamente”, completa o geógrafo Eduardo José Marandola, pesquisador da Unicamp.
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