Existe uma solução para o caos no trânsito da cidade de São Paulo. O projeto do arquiteto e professor da Universidade de São Paulo, Alexandre Delijaicov, propõe que a cidade retome o uso do transporte hidroviário e se modifique para se tornar mais sustentável.
A ideia é alterar a paisagem tendo como base projetos feitos no final do século 19. Nesse período o intuito era que a capital paulista fosse exemplo hidroviário, assim como ocorre em grandes cidades europeias. Porém, os anos se passaram e o que ocorreu foi um grande crescimento rodoviário.
Segundo Delijaicov, foi a partir do governo de Prestes Maia, nos anos 30, que a cidade começou a deixar para trás os seus rios e a investir na construção de avenidas e estradas. Dos quatro mil quilômetros de rios espalhados pela cidade, permanecem somente 400 km a céu aberto atualmente. Os locais onde hoje são grandes avenidas, como a Nove de Julho e a 23 de maio, já foram importantes rios e córregos.
A proposta do urbanista é levar a capital de volta a esse cenário de maneira que o transporte hidroviário seja uma das referências e a cidade se reestruture para ser capaz de oferecer melhores condições de vida aos moradores.
O urbanista iniciou o projeto há mais de dez anos, com mapas que mostram as rotas fluviais escondidas pela cidade. Segundo ele, isso não é uma fantasia, mas sim uma obra “factível e economicamente viável”. Para que o estudo seja colocado em prática podem ser necessários 20 anos e R$ 1 bilhão. Por isso, ele lembra que é extremamente importante ter um governo interessado em direcionar políticas públicas para a viabilização desse projeto.
Os detalhes incluem uma rede de navegação com portos, canais e barragens, por onde possam trafegar passageiros e cargas de pouco valor, como lixo, entulho, terra e lodo. O canal hidroviário teria uma ligação entre os rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí e as represas Billings, Guarapiranga e Taiaçupeba. A estrutura poderia transportar com facilidade os moradores das periferias para o centro da cidade. Além de poder funcionar como espaço de lazer, com ciclovias e parques no seu entorno, e práticas de esportes náuticos.
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