A inauguração da Estação Butantã do Metrô esta semana, fez vir à tona uma problemática vivida desde 2007 pelos moradores das imediações, que foram prejudicados com as intervenções tendo suas casas praticamente destruídas quando as escavações eram feitas para abrir o túnel.
Muitas das casas começaram a apresentar problemas estruturais e rachaduras por toda parte. Em vez de escavar o subsolo, o Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, preferiu as explosões, que abalaram as estruturas de centenas de residências. De acordo com o consórcio, 1.010 imóveis apresentaram problemas causados pela obra da Linha 4 – Amarela, que tem 12,8 quilômetros de extensão. Dezenas de imóveis de alto padrão, na região do Butantã, entraram nessa estatística.
A casa da comerciante Soraya Farhat, de 41 anos, é uma das que passam por reforma. Ela mora há um ano e dois meses em uma casa alugada pelo consórcio. O seu imóvel, que fica na Rua Esperanto, apresentou diversas rachaduras e afundamento do piso. Os reparos começaram em abril do ano passado, mas desde setembro as obras estão paradas. “A construtora responsável pelas obras entrou em atrito com o consórcio e a obra parou”, diz. A casa de Soraya continua cercada de tapumes e abandonada.
Bairro fantasma
A enfermeira Yukiko Elizabeth Konno, de 55 anos, é outra vítima da negligência do Consórcio Via Amarela. Sua casa, que fica na Rua Dráusio, ainda não foi reformada por completo. Na frente da residência a calçada está fora de nível e o piso trincado. “Parece que nunca tem fim”, lamentou.
Outras casas da Rua Dráusio passam atualmente por reforma. Os moradores mudaram-se para casas alugadas e o local ganhou ares de “bairro fantasma”. Em alguns pontos da rua o piso também cedeu e há ondulações no asfalto. Na esquina das ruas Tiapira e Bruno Lopes, três casas de alto padrão estão condenadas e devem ser demolidas.
Segundo o Consórcio Via Amarela, atualmente 25 residências passam por reforma. Diz que tem realizado perícias nos imóveis para chegar a um valor justo de indenizações pelos danos causados, mas quando não há acordo entre o proprietário e o consórcio sobre os valores apresentados, a empresa encaminha o caso para ser definido pela Justiça.
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