sexta-feira, 11 de março de 2011

Cheiro forte e gosto ruim da água - Sabesp dá sempre a mesma desculpa

As comunidades e os moradores das Zona Sul e Oeste, continuam revoltadas com o descaso que a Sabesp trata, quando se fala do cheiro forte e gosto ruim da água fornecida à população. Especialista consultado pelo Grupo 1 informa que a Vigilância Sanitária do Estado já deveria ter interditado a Guarapiranga e a Cia. de Saneamento Básico do Estado, utiliza técnicas de tratamento totalmente ultrapassadas. A proliferação das algas, que afeta a qualidade da água fornecida, é sempre a desculpa esfarrapada de todos os anos.
É triste, mas verdadeiro: a Represa Guarapiranga  deveria, há mais de dez anos, estar interditada como manancial de abastecimento da capital pela Vigilância Sanitária do Estado, segundo Julio Cerqueira Cesar Neto, primeiro presidente da Agencia da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê.  ex-professor Politécnica, membro do Instituto de Engenharia e do Conselho Superior de Meio Ambiente da Fiesp. Segundo Júlio, a ocupação desordenada das marginais da represa, a descarga de esgotos in natura e a péssima qualidade das águas de nossos manancias, já são motivo para a interdição.
Tratamento inadequado 
A Sabesp utiliza no tratamento da água, técnicas que datam do século passado. O prof. Júlio Cerqueira César explica que as normas utilizadas pela Cia. são ultrapassadas e tem a origem escocesa, que pasmem, são de 1890 (!). Repetimos de 1890... "Hoje já existem tecnologias avançadas e modernas, que podem ser aplicadas, mas a um custo alto". A população pergunta se a água, cara e escassa, não merece um tratamento melhor? 
Cheiro forte e gosto ruim
Há mais de 20 dias a população vem reclamando da qualidade duvidosa da água fornecida pela Sabesp, que sempre culpa a proliferação das algas na represa e nada faz para que o problema seja resolvido de forma definitiva. Explicações dvidosas do superintendente da Cia. de Saneamento, Hélio Castro, mostram que a culpa é do lixo e esgoto que a Guarapiranga recebe, ( Frizamos com o beneplácido dos governos estadual e municipal), pois está em um ambiente urbano. Informa que para o tratamento adicionam carvão ativado, além de peróxido de hidrogênio e sulfato de cobre. "Não há risco para a saúde. É só o desconforto e não há nenhum problema sanitário...". E com sempre, empurra o problema para o futuro, como ele não existisse há mais de vinte anos: "A longo prazo há um programa para reduzir a ocupação na área de manancial...".
Os produtos químicos, totalmente ultrapassados, segundo especialistas, afeta e muito a qualidade, pois os moradores comparam o cheiro a cloro, água sanitária e até inseticidas. Quando aquecida ela fica ainda mais malcheirosa. "Não dá para fazer café com ela. Tenho usado água mineral para cozinhar", diz uma moradora. A afirmação mostra o crescimento da "Indústria da água mineral". Mesmo familias humildes colocam como prioridade o uso de água engarrafada para beber e cozinhar. Pouquissimas pessoas consultadas usam a água diretamente da torneira. Surge também a "Indústria dos filtros milagrosos", que  tem a "pureza do produto garantida", mas nunca especificam as análises e como são feitas as purificações.
Desinteresse político 
Perguntamos ao professor o porque o desinteresse do Governo do Estado com a infra estrutura básica da região metropolitana, que causa enchentes e fornece a água com qualidade duvidosa?
Júlio responde que embora não seja do ramo político, se arrisca a responder dizendo que se trata essencialmente de lógica eleitoral, porque os nossos Governadores só apresentam um tipo de preocupação: viabilizar as próximas eleições daqui a 2 ou 4 anos. "Só fazem o que possa melhorar essa viabilidade".
Falta de tratamento de esgotos
Ele continua: " Observe que hoje não dispõem de água tratada apenas 15% da população; 85% estão atendidos. Muito poucos se dão conta que estão recebendo água não potável".
  •  * A intensa poluição dos nossos rios e córregos por falta de tratamento de esgotos e a contínua degradação dos nossos mananciais, embora se constituam em situação vergonhosa para a metrópole, estão longe das preocupações da grande maioria do eleitorado.
  • Os alagamentos e deslizamentos de encostas matam no máximo 50 pessoas e os desabrigados não passam de 500 por ano. Praticamente desprezível em termos eleitorais.
  • A falta de habitações dignas afetam apenas cerca de 3 a 4 milhões, ou seja, menos de 20% da população.
  • Lembrar que a metrópole não tem dono e continua a crescer de forma desordenada acredito não preocupa nenhum eleitor.
"Concluo com outra pergunta: Porque o Governo do Estado iria se preocupar com a infraestrutura básica da Metrópole?"

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