Números inéditos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) revelam que num intervalo de 12 meses, 139 pessoas morreram de acidente de trânsito numa condição um tanto quanto similar, ou seja, a cada três dias, um pedestre morre em atropelamento com motos na Capital.Os números mostram que as motos não matam apenas quem está em cima delas: de 603 mortes envolvendo esses veículos nesse período, 399 eram os condutores, mas 139 estavam a pé na via pública. A pesquisa corresponde ao período de agosto de 2009 a julho de 2010 e foram enviados à Promotoria devido a uma investigação sobre os motociclistas no trânsito.
Outro balanço da CET mostrou que, em 2009, os atropelamentos fatais por motos (123) superaram até os por ônibus (117). Só perderam para os carros (258). O especialista em trânsito, Jaime Waisman, professor da USP, avalia que a responsabilidade é compartilhada. “De um lado, há motociclistas que transitam em alta velocidade nos estreitos corredores entre os carros. De outro, é comum a displicência de pedestres fora da faixa”, ressalta.
O presidente do Sindicato dos Motoboys, Gilberto Almeida Santos, afirma que a situação mais frequente é quando há congestionamentos e os pedestres tentam atravessar sem observar motos que passam pelo espaço apertado entre os carros. “A moto pode parecer frágil em relação a um caminhão ou ônibus. Mas é muito potente em relação a quem está a pé”, diz.
O consultor em trânsito e transporte Luís Antônio Seraphim diz que as mortes por moticicletas são resultado da imprudência do motociclista e pedestres, mas, principalmente, da falta de ação do governo no que se refere a uma maior fiscalização no cumprimento ao Código de Trânsito.
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