Em 2009, 9% das reclamações contra barulho registradas no Programa de Silêncio Urbano (Psiu), da Prefeitura, eram relacionadas a obras. O excesso de ruído é um dos principais gatilhos do estresse. Ser vizinho de uma obra abala não só as paredes de uma casa. A estrutura emocional dos moradores do entorno também é atingida, com reflexo na saúde física.
Moradores da Vila Leopoldina, na Zona Oeste, registraram oito processos contra uma construtora que levantou um condomínio em frente às suas casas. Segundo eles, caminhões trabalham até as 2h30 da manhã. O cheiro de escapamento entra pelas casas adentro, deixando o ar poluído e suscetível a intoxicações. “Fui parar no hospital com fadiga e pressão alta”, disse uma moradora.
O problema seria menor se na madrugada as construtoras respeitassem o direito ao silêncio. Das 7 horas às 22 horas não há região da Capital onde seja permitido barulho superior a 60 decibéis. Em algumas áreas, o som não pode passar dos 45 decibéis.
O Sindicato da Habitação (Secovi-SP) estima que serão lançadas 39 mil unidades em São Paulo em 2011. Há seis anos, eram 25 mil unidades. Sinal de que hoje a quantidade de barulho é maior.
Segundo a arquiteta Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, as construtoras são multadas e continuam desrespeitando as normas. “Há uma cultura da impunidade, porque sabem que a fiscalização é falha”, disse.
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