sexta-feira, 29 de abril de 2011

Caminhões infringem a lei nas marginais

Em setembro passado, os paulistanos receberam uma boa notícia quando a Prefeitura apertou o cerco à circulação de caminhões na cidade. O objetivo da medida era obrigar parte dos 190 mil grandalhões que rodam diariamente pela Capital a utilizar o Trecho Sul do Rodoanel. Antes desse pacote, a passagem deles já havia sido vetada em avenidas como Rebouças, Morumbi, Nove de Julho e 23 de Maio. Num primeiro momento, o impacto das restrições foi positivo. De um ano para cá, de acordo com as medições da CET, a fluidez do trânsito em toda a Capital teria melhorado em 22%. Aos poucos, no entanto, a turma que anda devagar e solta fumaça preta pelo escapamento está voltando às ruas.
Segundo alguns caminhoneiros, o risco de burlar a proibição acaba compensando, pois a chance de escapar impune é bastante razoável.
As regras proibiram o tráfego de veículos de carga pesada na Marginal Pinheiros, entre as pontes do Jaguaré e do Morumbi, em avenidas como a dos Bandeirantes, das 5h às 21h, de segunda a sexta, e entre 10h e 14h aos sábados.
“A fiscalização atual é insuficiente para disciplinar o setor”, acredita o engenheiro Roberto Scaringella, ex-presidente da CET. Segundo ele, a maneira mais prática para coibir os infratores é aumentar o contingente de marronzinhos ao logo de vias estratégicas, como as marginais.
A volta dos marronzinhos proibidos à Marginal Pinheiros está diretamente ligada a outra questão:  a demora na conclusão do Rodoanel. Inaugurado em março do ano passado, o Trecho Sul, que custou 5 bilhões de reais, ainda não ganhou iluminação em toda sua extensão. Ele foi palco de 75 acidentes, na maioria com caminhoneiros, que levantam outros motivos para evitar o Rodoanel. “Como em boa parte da estrada o sinal de celular não pega, diversos motoristas se sentem inseguros de usá-la durante à noite”, afirma Francisco Pelucio, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (Setcesp).
Sem o bom funcionamento do Rodoanel e o aumento da fiscalização tanto lá como na cidade, para inibir os infratores, a guerra contra os caminhões jamais será vencida.   
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vai exigir inspeção de ônibus e caminhões de fora do Estado. Os ônibus e caminhões com placas de outras cidades que circulam pela Capital paulista serão alvos da inspeção veicular obrigatória. A medida, ainda sem data para entrar em vigor, consta do Plano de Controle de Poluição Veicular no Município de  São Paulo, publicado no Diário Oficial.

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